Empresas brasileiras levantaram R$ 304,6 bilhões no mercado de capitais em 2021 até julho, montante 62% superior em relação ao mesmo período de 2020. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O destaque do período ficou com as emissões de debêntures, que somaram R$ 119,8 bilhões em sete meses — valor próximo ao total apurado no ano passado inteiro, quando chegou a R$ 121,1 bilhões.
Segundo informações da Anbima, as debêntures mantiveram o patamar de desempenho dos últimos três meses e registraram o volume total de R$ 20,8 bilhões em captações em julho.
As operações de capital de giro seguem como a principal destinação desses recursos (29,7%), seguidas de investimento em infraestrutura (20,5%) e refinanciamento do passivo (18,4%).
CRAs captaram R$ 9,7 bilhões
Intermediários e demais participantes ligados à oferta respondem por 43,4% da distribuição das ofertas por detentor em 2021, seguidos pelos fundos de investimento, com 35,4%.
Entre os demais instrumentos de renda fixa, as emissões de fundos de investimento em direito creditório (FIDCs) totalizaram R$ 32,8 bilhões no ano. O volume em julho foi o menor até agora, R$ 1 bilhão.
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) captaram R$ 9,7 bilhões no acumulado do ano e R$ 835 milhões no mês passado. Já Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) levantaram R$ 15,6 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente.
Fundos imobiliários, híbridos entre renda fixa e variável, captaram R$ 28,5 bilhões no ano.
Debêntures na renda fixa e follow-ons na renda variável
Se debêntures foram o destaque da renda fixa, o segundo lugar ficou com ofertas subsequentes (follow-ons) no segmento de renda variável. Elas movimentaram R$ 16,2 bilhões em julho e R$ 48,5 bilhões nos sete primeiros meses de 2021.
Ofertas iniciais de ações (IPOs) e follow-ons somaram R$ 17,6 bilhões no mês passado e R$ 89,4 bilhões no acumulado do ano. Ainda são previstos para o ano mais de R$ 13 bilhões em ofertas iniciais que estão em andamento.
“O apetite por esses papéis segue bastante aquecido entre os fundos de investimento, que continuam absorvendo a maior fatia das operações (46,6% no ano), seguidos dos investidores estrangeiros (36,7%)”, disse José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
Emissões de companhias locais no mercado externo atingiram US$ 3,65 bilhões em julho, sendo US$ 2,25 bilhões provenientes de títulos de dívida do Brasil. No ano, as operações — incluindo renda fixa e variável — totalizaram US$ 14,9 bilhões, volume dez vezes mais baixo, portanto, que o levantado pelas debêntures no mercado doméstico.
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