Day trade: Investidores levam prejuízo 20 vezes maior em cinco anos

Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que as pessoas físicas tendem a ter prejuízo com operações de day trade em relação ao lucro de pessoas jurídicas – usualmente investidores institucionais, fundos e corretoras.

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O estudo foi feito por Bruno Giovannetti, da FGV, que coletou dados de negociação de day trade de dólar futuro (WDO) e índice futuro (WIN) em um recorte de cinco anos (2012 a 2017).

A análise acompanha a popularização do mercado e também a maior disponibilização de alavancagem por parte das corretoras – ou seja, o investidor pessoa física passou, com o tempo, a ter mais acesso ao ‘crédito para investir’, podendo ampliar seus lucros, mas também potencializar suas perdas e sair do home broker endividado.

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No sábado (19), pela primeira vez, Giovannetti divulgou imagens do banco de dados no Twitter.

Como visto no gráfico, o prejuízo resultante dos day traders pessoa física só aumenta com o passar dos anos, ao passo que os investidores institucionais mantém uma constância nos lucros.

Segundo os dados da Comissão de Valores mobiliários (CVM), o lucro anual das pessoas jurídicas com day trade saiu de R$ 5 milhões em 2012 para R$ 110 milhões em 2017.

O prejuízo dos investidores pessoa física, contudo, foi de R$ 10 milhões para R$ 272 milhões no acumulado anual – ou seja, cresceu 2620% em um recorte de somente cinco anos.

O especialista destaca que essa disparidade se dá por causa da tecnologia envolvida para conseguir fazer operações de “day-trade” lucrativas.

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Ele afirma que, com as operações sistematizadas e com computadores programados para reagir em milésimos às oscilações, há uma diferença de competição que torna o investidor pessoa física menos capaz.

Day trade só é viável para 5%

Em estudos anteriores, Giovannetti havia trabalhado em conjunto com o pesquisador Fernando Chague para identificar que somente 5% dos investidores de day trade possuíam um resultado de lucros acima de R$ 10 mil mensais.

Nesse caso, o levantamento mostra que entre os day traders experientes 652 (54% dos analisados) tiveram prejuízo.

Dos 1,2 mil brasileiros analisados, apenas 28 indivíduos obtiveram lucro bruto mensal médio acima de R$ 20 mil (2%), e uma só pessoa registrou ganho acima de R$ 50 mil por mês (menos de 0,1% do recorte da pesquisa).

“O número de pessoas que conseguem apresentar resultados consistentes e economicamente significativos a partir da atividade de day trade é extremamente reduzido, principalmente se comparado a outras profissões com possibilidades de ganhos equivalentes”, disseram os pesquisadores.

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Eduardo Vargas

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