Davos: aumenta pessimismo dos CEOs com crescimento global
Uma pesquisa da PwC mostrou que aumentou o pessimismo dos CEOs com o crescimento global.
Apenas 42% dos CEOs entrevistados pela consultoria esperam crescimento na economia nos próximos 12 meses. Eram 57% em 2018. Um resultado que mostra o aumento do pessimismo entre os executivos a nível internacional.
Além disso, cerca de 30% dos CEOs mundiais acredita que o crescimento econômico global vai se reduzir nos próximos 12 meses. Um aumento recorde no pessimismo comparado a 5% registrado ano passado.
Esses resultados foram os principais destaques do 22º Global CEO Survey da PwC. Uma pesquisa que mostra o nível de confiança no crescimento global de cerca de 1.400 CEOs. O documento será discutido no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Entre os executivos que expressam menos confiança no crescimento de suas empresas em 12 meses estão os dos EUA, com 91%, Reino Unido, com 82%, e China, com 79%. Também com relação ao crescimento nos próximos 3 anos, os mais pessimistas são os EUA, com 92%, Reino Unido, com 90%, China com 86%.
A mudança mais pronunciada foi entre os CEOs da América do Norte. O otimismo dos CEOs norte-americanos caiu de 63% em 2018 para 37%. Uma queda provavelmente devida ao fim da ajuda fiscal e por causa do aumento das tensões comerciais internacionais. O Oriente Médio também teve um declínio acentuado, de 52% para 28%, devido ao aumento incerteza econômica regional.
Para Bob Moritz, presidente global da PwC: “as opiniões dos CEOs sobre a economia refletem as principais perspectivas econômicas, com previsões de queda em 2019. Com o aumento das tensões comerciais e protecionismo é óbvio que a confiança dos executivo esteja caindo”.
O resultado da pesquisa da PwC mostra como o mundo está entrando em um período complexo. Aumentam os níveis de incerteza sobre o crescimento global. E os fatores que mais pesam sobre a situação atual de incerteza
são as guerras alfandegárias, o Brexit, a turbulência financeira global e as tensões políticas em nível europeu.
Os dados mais recentes sobre a produção industrial na União Europeia (UE) mostram a possibilidade de um cenário de recessão técnica entre o final de 2018 até o início de 2019. Um risco que poderia materializar-se em particular na Alemanha. O país continua sendo a locomotiva europeia. Por isso, uma crise alemã significaria uma crise na Europa e no mundo, sinaliza o relatório da PwC.