Datafolha indica redução de apoio popular ao governo Bolsonaro
Uma pesquisa do Datafolha publicada neste domingo (7) revela que o governo do presidente Jair Bolsonaro está perdendo apoio popular. Segundo a pesquisa, apenas 32% dos entrevistados considera o governo ótimo ou bom. O menor resultado desde o governo de Fernando Collor.
Segundo o Datafolha, 30% dos entrevistados indica que o governo é ruim/péssimo. Esse é o maior índice desde a redemocratização, em 1985. Entretanto, 59% dos entrevistados ainda esperam que o governo Bolsonaro leve adiante uma gestão ótima ou boa. Um ponto no qual o atual Executivo supera os resultados de Fernando Henrique Cardoso em seu primeiro mandato, ficando atrás de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
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Confira os resultados da pesquisa do Datafolha:
Considera o governo:
- ótimo/bom – 32%
- regular – 33%
- ruim/péssimo – 30%
- não sabe opinar – 4%
O Datafolha entrevistou 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios brasileiros entre os dias 2 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Redução de expectativas
Sobre as expectativas da população, antes da posse presidencial 65% dos entrevistados esperavam que Bolsonaro levasse adiante um governo ótimo ou bom. Somente 17% esperava um governo regular, e 12% um Executivo ruim ou péssimo.
Após mais de três meses de governo, a expectativa da população continua positiva para 59%, regular para 16% e ruim ou péssima para 23% dos entrevistados.
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Segundo o Datafolha, esses índices, seja antes que depois da posse, são os piores registrados entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização.
A aprovação do governo Bolsonaro é maior entre os homens (38%) do que entre as mulheres (28%). E o Executivo ainda tem uma forte base de apoio no eleitorado evangélico, na faixa da população com maior poder aquisitivo e entre os brancos.
Meses de desgastes políticos
O governo Bolsonaro enfrentou nesses primeiros meses de mandato vários episódios de desgaste político. Entre eles, as brigas internas ao Executivo, a troca de vários funcionários de alto escalão em alguns ministérios, como o da Educação. Além disso, ocorreram trocas de colaboradores da Presidência, como Gustavo Bebianno, envolvido no escândalo das candidatura laranjas nas eleições de 2018.
Sem contar uma série de investigações sobre supostas irregularidades que atingiram o governo ou personalidades próximas do Executivo. Entre elas, aquelas sobre milícias e desvio de recursos públicos envolvendo o gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, na na Assembleia do Rio de Janeiro.
Em último, há uma disputa entre a ala militar e a ala sob influência do escritor e filósofo Olavo de Carvalho. Mas, com certeza, o que pesou mais na avaliação do governo foi o impacto na população da reforma da Previdência.