A queda de 0,6% na atividade da indústria no mês de outubro ante setembro ocasionou uma baixa de 3,7% em cinco meses de recuos consecutivos. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (3).
A última vez que a indústria mostrou uma sequência negativa tão longa foi em 2015, de fevereiro a julho, com perda acumulada na ocasião de 6,7%, contou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Dos dez primeiros meses de 2021, a indústria cresceu em apenas dois deles: janeiro (0,2%) e maio (1,2%).
Com o desempenho negativo de outubro, a produção industrial opera atualmente em patamar 4,1% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
Quando ainda crescia, em janeiro, a indústria alcançou um saldo positivo de 3,7% em relação ao período pré-Covid.
Em outubro, a produção industrial estava 20,2% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011. O nível atual de produção é semelhante ao de dezembro de 2008, apontou André Macedo.
“Mês a mês o setor vem perdendo intensidade, diminuindo seu patamar de produção”, frisou Macedo.
Revisões do IBGE
O IBGE revisou o resultado da produção industrial em setembro ante agosto, de queda de 0,4% para baixa de 0,6%. A taxa de agosto ante julho saiu de queda de 0,7% para recuo de 0,8%, a de julho ante junho passou de baixa de 1,2% para queda de 1,4%, a de junho ante maio saiu de recuo de 0,5% para baixa de 0,3%.
O resultado dos bens de capital em setembro ante agosto foi revisto de queda de 1,6% para baixa de 1,1%.
Na categoria de bens intermediários, a taxa de setembro ante agosto foi atualizada para recuo de 0,1% para queda de 0,2%.
O resultado de bens de consumo duráveis em setembro ante agosto passou de queda de 0,2% para recuo de 0,6%.
Nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis, a taxa de setembro ante agosto saiu de alta de 0,2% para baixa de 0,2%.
Indústria opera 4,1% abaixo do nível pré-pandemia
Com a piora registrada na produção em outubro, a indústria brasileira passou a operar 4,1% aquém do patamar de fevereiro de 2020: apenas nove das 26 atividades investigadas se mantêm operando em nível superior ao pré-crise sanitária.
Em outubro de 2021, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de máquinas e equipamentos (12,8%), minerais não metálicos (9,7%), produtos de madeira (6,2%) e metalurgia (5,7%).
No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar de pré-pandemia são manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-30,2%), veículos (-19,7%), vestuário (-19,1%), couro, artigos de viagem e calçados (-16,4%), móveis (-14,8%) e produtos alimentícios (-13,6%).
Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 18,2% acima do nível de fevereiro de 2020, e a fabricação de bens intermediários está 1,1% abaixo do pré-covid.
Ainda segundo os dados da indústria, os bens duráveis estão 24,4% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 7,9% aquém do patamar de fevereiro de 2020.
Com informações do Estadão Conteúdo