Cyrela (CYRE3): lucro cresce 29% no 4T23, para R$ 248 milhões
A incorporadora Cyrela (CYRE3) divulgou nesta quinta-feira (14), os seus números relativos ao quarto trimestre de 2023 e o consolidado do ano anterior. No quarto trimestre de 2023, a alta do lucro foi de 19% com relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 248 milhões. Na comparação com o 3T23, a companhia anotou leve queda de 1% no lucro.
O principal destaque do balanço da Cyrela fica com o avanço do lucro líquido da companhia — em 2023, a incorporadora atingiu a cifra de R$ 942 milhões, um avanço de 16% frente a 2022.
A receita líquida da Cyrela foi de R$ 1,7 bilhão no 4T23, uma alta de 25% com relação ao quarto trimestre do ano anterior. No comparativo trimestral, o ganho foi de 5%. A cifra ficou acima do consenso de mercado coletado pela Bloomberg, que esperava R$ 1,5 bi. O acumulado do ano foi de R$ 6,2 bilhões — avanço de 16%, número que acompanha a alta vista no lucro anual da companhia.
O crescimento dos números é reflexo do aumento do volume de lançamentos e vendas ao longo do ano. A incorporadora também reportou melhora das margens dos lançamentos mais recentes, em comparação com os projetos de 2022, o que ajudou a impulsionar os resultados. Por fim, o resultado oriundo da subsidiária CashMe também foi positivo.
A margem bruta cresceu 2,3 pontos porcentuais, para 33,7%. A margem bruta ajustada aumentou também 2,3 pp, para 35,4%. A margem líquida encolheu 0,7 pp, para 14,5%.
As despesas comerciais subiram 13%, para R$ 176 milhões, enquanto as despesas gerais e administrativas avançaram 8%, indo a R$ 135 milhões. O aumento está associado ao crescimento das operações.
O resultado financeiro da Cyrela (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma receita de R$ 34 milhões, alta de 28%.
O endividamento da Cyrela cresceu 5% em 2023 — R$ 5,1 bilhões, contra R$ 4,9 bi do ano anterior. A dívida corporativa encerrou o ano em R$ 3,3 bilhões — desses, R$ 1 bi estão inclusos em uma janela de pagamento de curto prazo.
A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) aumentou para 10,7% no fim de 2023, de 7,8% no fim de 2022.
A Cyrela já havia divulgado o relatório operacional do período, que foi visto como bastante forte pelos analistas de construção. A incorporadora reportou alta de 19% no volume de lançamentos, totalizando R$ 1,716 bilhão, enquanto as vendas líquidas cresceram 21%, indo a R$ 1,825 bilhão.
“Apesar de termos iniciado o ano com diversas incertezas em relação aos contextos macroeconômicos local e global, fomos capazes de entregar sólidos resultados operacionais e financeiros”, afirmou a administração da Cyrela, em sua apresentação de resultados divulgada nesta quinta.
No ano que passou, a companhia teve um aumento na sua queima de caixa — consumo de R$ 101 milhões, contra a geração de R$ 33 milhões em 2022.
Segundo a administração da companhia, a Cyrela encerrou 2023 satisfeita com o seu desempenho, mas “sabendo que 2024 deverá ser outro ano desafiador”.
Cyrela: pontos de apoio
Para atingir os resultados operacionais mais fortes do que o esperado, a companhia contou com 13 lançamentos no último trimestre do ano — uma alta de 27% relativa ao período imediatamente anterior. As vendas líquidas da Cyrela também avançaram no comparativo trimestral — ganhos de 15%, a R$ 2,2 bilhões.
Na parte operacional, a velocidade de vendas ficou em patamares considerados confortáveis, segundo a administração, totalizando 47,2% no fim do ano (ante 47,7%) no fim do ano anterior.
“Mesmo com o crescimento da operação, conseguimos manter as despesas comerciais, gerais e administrativas em níveis controlados”, acrescentou.
Em um ano marcado pela retomada do ciclo de cortes da taxa Selic, a cifra total de vendas contratadas da Cyrela foi de R$ 8,8 bilhões, um avanço de 12% frente a 2022.
*Com Jasmine Olga