CVM diz que Original Energy pode estar atuando como pirâmide financeira
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo (CVM 19957.011062/2019-94) contra a empresa Original Energy, após suspeitar que a companhia, que diz atuar no setor de energia solar, seja na verdade uma pirâmide financeira. Além disso, o órgão propôs que o Ministério Público (MP) de Pernambuco, estado onde fica a empresa, abra uma ação penal pública para averiguar o fato. As informações foram divulgadas nessa terça-feira (9) pela ‘UOL’.
Visto que a Original Energy afirma alugar módulos solares fotovoltaicos, prometendo um rendimento aos locadores, que pode chegar a 16% ao mês, a CMV declarou que existem “fortes indícios” de que o esquema é fraudulento e que “poderia ser classificado como pirâmide financeira“.
Entretanto, a companhia de Petrolina negou as acusações e disse em nota que se a investigação realmente for instituída pelo MP, “certamente provará que não praticou e não pratica nenhuma conduta capaz de lesar o consumidor ou a quem quer que seja”.
Original Energy e CVM
No site da companhia, é informado que essa atua desde 2009, entretanto seu CNPJ só foi registrado em agosto de 2018. Porém, a Original Energy alegou que leva em consideração a ‘experiência individual’ da sua equipe, e por isso a data de 2009.
Segundo a comissão, a carência de “informação sobre o histórico da empresa que vende e administra os serviços advindos da locação, seus sócios e administradores” indica fraude, bem como a ausência “informação pública sobre riscos associados ou a viabilidade dos investimentos”.
Além disso, a empresa diz vender e alugar módulos solares fotovoltaicos, e que esses estão distribuídos em usinas em:
- Pernambuco;
- Pará;
- São Paulo.
No total, a empresa conta com 45 mil aparelhos e o preço do aluguel chega a R$ 900. Também é oferecido um contrato de um ano onde seria prometido um rendimento mensal de 16%.
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Entretanto, a denuncia da CVM apontou que a venda da energia produzida em um mês geraria um retorno de menos de R$ 50. O valor não é suficiente para pagar o rendimento prometido.
Em contrapartida, a companhia informou que era possível cumprir com a promessa devido ao “cenário macroeconômico mundial, dolarização favorável, muita oferta de equipamentos e condições comerciais especiais que deram condições de distribuir essa receita como aluguel”.
Além disso, o empreendimento disse não monetizar as operações no Estado de São Paulo. Porém mesmo nesse cenário, o lucro referente a venda de energia solar ficaria em R$ 123, valor ainda inferior aos 16% sobre o investimento prometido.
Todavia, em fevereiro desse ano, o a empresa passou a oferecer uma porcentagem de 3,2% ao mês.
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Ademais, a Original Energy oferece “bônus para a indicação de novos investidores, bem como a formação de uma rede de consultores com ganhos gerados por comissões” e uma comissão que chega a 7% para as pessoas que indicam outras para fazer parte do negócio. Segundo a CVM, essas características também podem indicar fraude.