A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a QR Capital como uma gestora de recursos, com o intuito de distribuir fundos de investimento com por meio da tecnologia blockchain.
A habilitação da CVM foi publicada no Diário Oficial da União na última semana. A QR Capital, até então, prestava serviços de corretagem e gestão de carteiras individuais de criptomoedas.
No ano passado, o órgão regulador brasileiro compreendeu que os fundos de investimentos podem realizar investimentos indiretos em criptoativos no exterior. Dessa forma, a instrução 555 autoriza os fundos a investir indiretamente em criptomoedas por meio, por exemplo, da aquisição de cotas de fundos e derivativos, entre outros ativos negociados em terceiras jurisdições, desde que admitidos e regulamentados nos respectivos mercados.
Com autorização da CVM, QR Capital quer expandir atuação
O sócio da QR Capital, Fernando Carvalho, disse que o primeiro fundo estruturado pela empresa será um multimercado com investimentos no exterior. Existe a expectativa de que, no final do ano que vem, o fundo já tenha R$ 250 milhões sob custódia.
“Buscamos uma gestão um pouco mais ativa, diferente do que já está disponível no mercado, atendido por uma gestão passiva. Em breve iniciaremos o processo de roadshow nas plataformas de investimento” disse o executivo que tem passagens na L’Oréal, Johnson & Johnson e Souza Cruz.
De acordo com Carvalha, a expectativa é que, em 2020, o Bitcoin, principal criptoativo do mercado, possa se valorizar. “A nossa tese é que os ativos em si potencialmente serão uma oportunidade de valorização e isso vai impulsionar a captação [de fundos que investem em criptoativos]”, disse. O fundo da QR pretende investir em mais de uma criptomoeda.
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Apenas neste ano, o Bitcoin apresentou uma valorização de 97% até o momento, ao saltar de US$ 3.699,96 (cerca de R$ 15.110,76 na cotação atual) no início do ano para US$ 7.226,36 (R$ 29.513,18) na última semana, diz Carvalho. “Houve uma alta relevante no acumulado do ano nos principais ativos”.
Carvalho salienta que o mercado alternou momentos de altas e quedas, mas estima que os fundamentos não mudaram, o que pode ter reforçado a habilitação da CVM. “Existe um movimento de adoção cada vez maior do uso da tecnologia. Temos visão de longo prazo e continuamos acreditando no aumento da demanda, enquanto a oferta tende a ficar mais escassa”.