A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estaria analisando a abertura de um processo administrativo para apurar a modalidade de divulgação de todas as informações sobre a mudança no comando da Petrobras (PETR4).
A informação foi divulgada neste domingo (21) pelo jornal “O Globo” que cita fontes próximas a CVM.
Segundo o jornal, o processo terá como base a Instrução 358 da CVM, que impões a divulgação ao mercado de qualquer declaração que possa interferir no valor das ações de uma empresa cotada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) através de fato relevante.
A CVM já tinha alertado em outras ocasiões sobre a necessidade de atuar de maneira articulada através dos canais institucionais da companhia cotada, independente do cargo ou posição.
As “mudanças” na Petrobras tinham sido anunciadas por Bolsonaro durante uma live em uma rede social na última quinta-feira (18).
O dia seguinte, as ações da Petrobras caíram intensamente. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 7,91, enquanto as ações preferenciais (PETR4) encerraram o dia em queda de 6,6%.
Pouco depois do fechamento do mercado, Bolsonaro divulgou nas redes sociais a nota do Ministério de Minas e Energia indicando para a presidência da Petrobras o general da reserva Joaquim Silva e Luna, atual diretor-geral da Itaipu Binacional.
Bolsonaro nega intervenção na Petrobras
O presidente Bolsonaro negou no último sábado qualquer intervenção na Petrobras.
Durante um discurso realizado na escola militar de Campinas, Bolsonaro disse que, como governante, precisa “trocar as peças que, porventura, não estão dando certo”.
“Problemas hoje temos e tenho que decidir, assim como vocês militares, rapidamente. Pior do que decisão mal tomada é uma indecisão”, declarou o presidente, sem citar nominalmente a Petrobras em nenhum momento.
Bolsonaro salientou que não lhe falta coragem para decidir uma nova eventual troca de autoridades, e que ele está pensando o no bem maior da nação.
“O que não falta para mim é coragem para decidir. Mais fácil é se acomodar para quem não tem compromisso com a nossa Pátria. Da minha parte, isso não ocorrerá. Acredito na minha Pátria e tenho dever a cumprir. Não deixarei passar oportunidade, não deixarei de fazer pela Pátria. O que todos nós queremos é trabalhar bem para o futuro do nosso Brasil”, salientou o mandatário.
“O mais fácil é se acomodar, é se aproximar daqueles que não têm compromisso com a pátria e se usufruir de benesses. Da nossa parte, da minha parte e dos meus ministros, isso não ocorrerá”, explicou o mandatário fazendo referência implícita a mudança no comando da Petrobras.