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CVC (CVCB3): pior ainda está por vir e recuperação deve ficar para 2021

CVC (CVCB3) dispara mais de 6% após classificação da S&P

CVC (CVCB3)

Depois de cerca de quatro meses de atraso, a CVC (CVCB3) divulgou, nesta quinta-feira (1), o balanço contábil referente ao primeiro trimestre deste ano da empresa. A companhia de turismo viu uma soma do do início do impacto da pandemia causada pelo coronavírus (covid-19) e problemas fiscais levá-la a um prejuízo bilionário.

Mesmo no vermelho, especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias afirmam que o pior ainda está por vir à CVC. Como as maiores restrições de mobilidade pelo mundo começaram próximas a março, o grande impacto do coronavírus deve se apresentar no segundo trimestre de 2020 e continuar a puxar o balanço da companhia de viagens para baixo.

“Esperamos que o resultado do segundo trimestre deste ano sofra forte impacto do covid-19 e volte a melhorar a partir do quarto trimestre de 2020, com mais ênfase a partir do ano de 2021, com a expectativa da vacina para o covid-19 e a imunização da população”, disse Pedro Galdi, analista da Mirae.

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Para o especialista da SUNO Research, Clecio Danilo, a linha de raciocínio é a mesma. De acordo com ele, uma melhora poderá ser sentida apenas no terceiro trimestre deste ano -quando a circulação das pessoas começou a ficar menos restrita.

“O próximo trimestre deve ser pior, uma vez que pegou o período da pandemia integralmente. Uma melhora nos resultados somente a partir do terceiro trimestre”, afirmou.

CVC tem queda na receita e alta nos custos

Como todo o setor de turismo, a CVC foi duramente afetada a partir de março. Com janeiro e fevereiro relativamente “normais” e apenas um mês sem grandes vendas, o prejuízo líquido da empresa seria menor: de R$ 72,9 milhões.

“O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi impactado por queda de receita, decorrente do covid-19 e eventos não recorrentes com provisões. O forte prejuízo foi decorrente de diversas provisões e queda de receita”, disse Pedro Galdi.

Dessa forma, o que anabolizou o prejuízo da companhia para um número bilionário foram os chamados “efeitos não recorrentes”.

A soma de ao “Impairment de intangíveis”, de R$ 637,5 milhões, “provisão PDD Covid-19” de R$64,7 milhões, referente a perdas futuras esperadas com o impacto da pandemia e a provisão para perda de créditos fiscais diferidos, no montante de R$302,7 milhões, fizeram com que o prejuízo subisse consideravelmente.

Além disso, a CVC também teve alta em algumas despesas. As despesas gerais e administrativas tiveram alta de 17,9% no primeiro trimestre, ficando em R$ 179,4 milhões.

Segundo a companhia, o resultado se deu por conta da “maior estrutura administrativa advinda das aquisições feitas no período e aumento do custo de mão de obra pelos ajustes salariais no período”.

A CVC destacou também que o número cresceu dado a alta no orçamento do marketing para a entrada da companhia na Argentina.

Companhia deve atravessar tempestade perfeita

Apesar de o prejuízo líquido do primeiro trimestre ser considerável e o pior ainda estar por vir, especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias ainda se demonstram otimistas com a CVC.

Para Clecio Danilo, especialista da SUNO Research, apesar dos grande desafio causado pelo novo coronavírus, a companhia de turismo deve sobreviver a crise.

“A companhia tem grandes desafios pela frente, porém eu vejo ela bem estruturada pra atravessá-los. O setor de turismo já vem se recuperando gradualmente, porém ainda bem abaixo do que era observado no ano passado, em torno de 40% no mês de setembro”, disse.

A CVC promete entregar o próximo balanço no mês de outubro. De acordo com especialistas, com o próximo resultado divulgado, será possível ter uma dimensão maior dos impactos da pandemia na operação da companhia.

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