CVC (CVCB3) estuda oferta de ações e visa redução do endividamento
A CVC (CVCB3) está avaliando uma oferta de ações ao mercado, com o intuito de completar um ciclo de capitalizações iniciado em 2020. Após captar R$ 300 milhões em setembro e R$ 400 milhões em fevereiro, a companhia contratou o Citigroup e o BTG Pactual (BPAC11) para a nova operação, diz o fato relevante divulgado na noite da última segunda-feira (7).
Segundo o Brazil Journal, a captação da CVC ficaria em torno de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões, completando o levantamento de R$ 1,1 bilhão em três tranches num intervalo de aproximadamente nove meses.
Ainda não está claro se a operação será uma oferta subsquente de ações (follow-on) a todo o mecado ou uma oferta prioritária, focada nos atuais acionistas, segundo o site. Hoje, as ações da empresa são negociadas a R$ 27,46, resultado de uma alta de 36% no ano.
A companhia procura estar preparada para a volta da atividade no ramo turístico, com o avanço da vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19) no Brasil e no mundo. A direção visa realizar a oferta em um momento de menor nebulosidade no mercado — no ano passado, os papéis chegaram a ser cotados a R$ 6.
Além disso, a empresa dirigida por Leonel Andrade visa reduzir seu endividamento ao meio à recuperação das atividades. No fim do primeiro trimestre de 2020, a dívida líquida estava em R$ 1,67 bilhão, montante que caiu até R$ 600 milhões um ano depois. A maior parte das obrigações da operadora de turismo está em debêntures detidas por grandes instituições financeiras.
Para a Guide Investimentos, o movimento da empresa é positivo. “Vemos a notícia com bons olhos, pois acreditamos que a empresa esteja bem posicionada para aproveitar a reabertura da economia, e ainda poderá fazer futuras aquisições em um ambiente propício”, citaram os analistas, mencionando que a companhia deve ficar com o caixa quase líquido após a potencial operação.
A empresa disse que a oferta está sendo estudada e que está sujeita às condições dos mercados local e internacional.
BTG Pactual recomenda compra de CVC, de olho no pós-pandemia
A pandemia foi avassaladora para o turismo global e, apesar da recuperação parcial do setor, o caminho de retomada não deve ser fácil. Mesmo assim, para os analistas do BTG, a CVC deve ser uma dos principais beneficiários do avanço da vacinação e deve se favorecer da relação de longo prazo com o segmento B2B.
Em relatório, o banco disse receber positivamente o movimento de turnaround implantado pela administração desde o ano passado, quando a companhia reformulou a estrutura e deu início a uma série de iniciativas para reviver o negócio.
Junto a isso, a operadora tem tido um bom desempenho, mesmo com o acirramento da competição. O resultado, de acordo com o BTG, se deve ao “vasto relacionamento de longo prazo” com a fragmentada indústria hoteleira e companhias aéreas no B2B e B2C.
“A CVC deve ser uma dos principais beneficiários da vacinação. Recebemos bem o turnaround feito pela administração desde o ano passado, e a enorme escala e poder de barganha da CVC com os fornecedores (principalmente operadores de hotéis).”