A CVC (CVCB3) informou por meio do fato relevante divulgado na última quarta-feira (23) que tem implementando com sucesso os planos para preservação de caixa e redução de custos, estando preparada para a retomada integral de suas operações, com 1.200 lojas abertas e equipes trabalhando remotamente. De acordo com o documento, em 22 de setembro, o saldo de caixa e equivalentes de caixa da CVC totalizava, aproximadamente, R$ 1,526 bilhão.
No segundo trimestre, os gastos recorrentes como: folha de pagamento, impostos e investimentos de projetos prioritários e juros da dívida da CVC somaram cerca de R$ 52 milhões por mês (informações não auditadas).
A operadora ressaltou, ainda, que a maior parcela de seu endividamento tem vencimento de médio e longo prazos. De um endividamento total na ordem de R$ 2 bilhões, apenas R$ 600 milhões vencem em novembro de 2020 e a companhia está avaliando alternativas de captação com os investidores e credores.
Segundo a operadora de agência de viagens, foram desenvolvidos em conjunto com parceiros produtos e serviços para oferecer condições especiais aos clientes, além de melhorias nas plataformas digitais.
Nesse contexto, a CVC destacou que as reservas nos meses de abril, maio e junho foram próximas a zero, mas vêm crescendo consistentemente desde o início de julho. “E já na primeira quinzena de setembro atingimos aproximadamente 40% do valor do mesmo período do ano anterior, com maior crescimento no segmento de lazer doméstico, que atingiu 45% do mesmo período do ano anterior”.
Nas últimas semanas, acrescentou a empresa, os orçamentos de clientes do segmento lazer atingiram 85% do volume do mesmo período do ano anterior.
Considerando vendas acumuladas no mês de setembro, a CVC observou um crescimento no seu serviço de locação de carro, que chegou a ultrapassar em 15% o volume de vendas deste tipo de serviço contratado pelo turista, dentro do Brasil, se comparado ao mesmo período de 2019. O cliente tem se deslocado para cidades próximas de carro alugado, para praticar turismo intrarregional.
Somado a isso, 80% dos hotéis parceiros no Brasil já estão reabertos e, considerando as reservas realizadas em setembro, a empresa disse ter atingido 85% do volume de diárias reservadas no mesmo período de 2019.
Em junho, as vendas totais da CVC representaram 8% do volume reservado na comparação com junho de 2019. Em setembro, até a última semana, as vendas totais estão em aproximadamente a 35%, sendo 45% no segmento lazer.
Com relação a publicação de suas informações financeiras intermediárias, a CVC reiterou que os dados do primeiro trimestre de 2020 serão divulgados até 30 de setembro. Já a publicação das informações financeiras do segundo trimestre de 2020 deve ocorrer até 26 de outubro.
“Só teremos um ano cheio no turismo novamente em 2023”, diz CEO da CVC
O CEO da CVC, Leonel Andrade, afirmou na última terça-feira (22), durante Live promovida pelo jornal “O Tempo” que o setor de turismo só deve se recuperar e atingir os resultados pré-pandemia em 2023. “Chegaremos ao fim de 2020 com cerca de 50% do que tínhamos. Em 2021, devemos estar em cerca de 70% e terminar 2022 com 100% do movimento. Assim, só teremos ano cheio em 2023”, afirmou o presidente.
Andrade explicou que enquanto não houver uma vacina para o coronavírus, as grandes feiras, que movimentam os negócios do turismo internacional, não deverão ocorrer. “Torço para estar errado, mas gosto de preparar a empresa para o pior cenário”, afirmou o CEO.
O presidente da CVC ainda falou sobre sustentabilidade, declarando que a companhia tem ainda um longo caminho a percorrer. “Faço uma confissão, precisamos melhorar em relação a sustentabilidade”, informou Andrade.
Com informações do Estadão Conteúdo.