Os acionistas da CVC (CVCB3) ingressaram com pedido de arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), contra a companhia e ex-conselheiros. Os investidores, pessoas físicas, argumentam que foram lesados por problemas contábeis no passado e querem ser indenizados pela companhia e ex-diretores.
De acordo com os investidores da CVC, os problemas contábeis como fraudes e distorções induziram os acionistas ao erro e inflaram o preço dos papéis. A informação foi divulgada nesta terça-feira (27) pelo jornal Valor Econômico.
A companhia realizou uma investigação em que reconheceu os problemas contábeis nos balanços de 2018 e 2019, porém, a empresa alega ser vítima de ex-diretores. No entanto, os investidores alegam que eles quem foram os verdadeiros prejudicados, eles argumentam que a elevação artificial do preço facilitou a captação de recursos no mercado.
Nesta terça-feira será realizada a assembleia dos acionistas em que a empresa recomendou a abertura de ação contra quatro diretores. As investigações identificaram que alguns problemas contábeis foram ocultados pelos diretores dos auditores externos. Para os acionistas, os ex-administradores não têm patrimônio suficiente para honrar o valor que a companhia aponta como perdido, valor calculado em R$ 300 milhões.
Os acionistas que ingressaram na arbitragem são pessoas físicas que estão sendo reunidos pelo Instituto Empresa, do Rio Grande do Sul, o escritório que cuida do caso é Mortari Bolico Advogados. Segundo jornal, ainda é possível participar do procedimento até que o primeiro árbitro seja nomeado.
CVC cogita pedir ressarcimento de bônus e ações de ex-diretores
Após os erros contábeis da gestão passada, a CVC cogita pedir o ressarcimento de bônus e ações de ex-diretores. A companhia recomendou, no mês passado, que os acionistas aprovem a arbitragem para a devolução dos recursos, em Assembleia Extraordinária que ocorrerá hoje.
A iniciativa da CVC seria inédita no mundo corporativo brasileiro, uma vez que companhias nacionais costumam evitar conflitos desta natureza. Após a conclusão da perícia acerca da fraude detectada, a operadora de turismo mira quatro ex-executivos — entre eles o ex-CEO e ex-presidente do Conselho, Eduardo Falco.
Em nota aos investidores, o presidente da companhia, Leonel Andrade, disse que a decisão por seguir adiante com o caso está nas mãos dos acionistas.
“Cabe aos acionistas definirem sobre a proposição do Conselho porque, em última instância, são os donos da companhia que teriam sido afetados. Não tenho avaliação sobre o assunto porque cheguei após os fatos e não participei da investigação, meu olhar é para a gestão da empresa”, disse o presidente da CVC.