Em bom momento da commodity, CSN Mineração (CMIN3) dispara 15% em estreia na B3

A CSN Mineração (CMIN3) abriu em forte alta em sua estreia na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta quinta-feira (18). A subsidiária da CSN (CSNA3) realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que movimentou R$ 5,2 bilhões, a maior oferta de ações do ano na Bolsa brasileira.

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Por volta das 10h37, após um período em leilão, as ações da CSN Mineração subiam 15,29%, para R$ 9,80, mas logo arrefeceram a alta. A companhia havia precificado suas ações a R$ 8,50, piso da faixa indicativa. A empresa foi listada no Nível 2 de governança corporativa da B3.

A CSN Mineração é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil, ficando atrás somente da Vale (VALE3). Ambas as empresas estão surfando o ótimo momento da commodity no mercado internacional, com a disparada do preço das ações.

Nesta quinta, a cotação do minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian, na China, encerrou o pregão com uma alta de 7% após o encerramento do feriado do ano novo lunar na China. A tonelada é negociada a US$ 174,80, próximo do maior patamar desde 2013. Em fevereiro do ano passado, estava custando US$ 70.

IPO da CSN Mineração

A operação consiste na venda de 614.029.644 ações, sendo que a maior parte faz parte de uma tranche secundária (parte do capital levantado que vai para o bolso dos atuais acionistas). No início, os investidores previam repassar 372.749.743 ações, mas a oferta secundária acabou sendo acrescida em mais 80.090.823 ações do lote suplementar.

A maior vendedora é a CSN, que alienou um total de 327.593.584 papéis que possuía da CSN Mineração. A sul-coreana se desfez de 7.565.145 ações, e a japonesa Japão Brasil Minério de Ferro Participações contribuiu com um total de 37.591.014 ativos na oferta.

A CSN levará R$ 3,6 bilhões da oferta. Tais recursos, conforme prometeu a companhia a investidores e credores, serão utilizados para a redução de sua dívida, que ultrapassa R$ 30 bilhões.

Após a oferta, a composição acionária ficará da seguinte forma:

  • CSN (79,14%);
  • JBFM (9,08%);
  • China Steel Corporation (0,40%);
  • POSCO (1,83%);
  • Free float (9,55%).

A anglo-suíça Glencore foi um investidor de peso no IPO. Na prática, a empresa responsável por viabilizar a operação, com um cheque de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, ou seja, 25% do total da operação. A companhia é uma gigante global de trading de commodities.

Com isso, a CSN Mineração chegará ao mercado avaliada em R$ 47 bilhões. A oferta foi liderada pelo Morgan Stanley, com a XP Investimentos no papel de agente estabilizador e a participação de mais nove instituições financeiras.

Sobre a companhia

A CSN Mineração foi fundada em 2007 e desde então sempre foi controlada pela CSN. Sua principal atividade é a exploração de minério de ferro e a comercialização da commodity, além de trabalhar com o beneficiamento do produto, transporte e logística.

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Os principais ativos da companhia são a Mina Casa da Pedra, que detém 6 bilhões de toneladas em recursos e 3 bilhões de toneladas em reservas, assim como as Minas Engenho & Pires, TECAR e MRS Logística.

Segundo a empresa, os recursos captados com a oferta primária serão utilizados em projetos de expansão,
como os projetos Itabirito P15, e na recuperação de rejeitos de Barragem Pires e Casa de Pedra.

No terceiro trimestre de 2020, a CSN Mineração apresentou um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, reversão do prejuízo de R$ 871 milhões reportado no mesmo período de 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 124% na mesma base comparativa, para R$ 3,5 bilhões.

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Jader Lazarini

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