As ações da CSN (CSNA3) e da Vale (VALE3) fecharam em queda de 4,43% e 1,44%, respectivamente. O que motivou o movimento de baixa?
Enquanto as ações da CSN e da Vale caíram na maior parte do pregão, os papéis da Usiminas (USIM5) e da Gerdau (GGBR4), outras gigantes do setor, diminuíram as perdas durante a tarde e fecharam respectivamente em queda de 1,28% e alta de 0,17%.
Victor Paganini, analista CNPI da Quantzed, explica que as ações de siderurgia lideraram o segmento das baixas do dia pela queda do minério de ferro, pressionando os preços dos papéis para baixo.
Outro ponto que Paganini destaca é o cenário macro da China, com as bolsas chinesas negociando em queda no último pregão, com o fluxo do setor de minério de ferro concentrado no mercado do país asiático.
Não só isso: “Estamos com problemas de novos lockdown na China, com aumento de casos de coronavírus. O quadro acaba pressionando esse mercado também e a gente está tendo uma série de restrições. O governo chinês tem feito alguns boicotes diretamente neste setor”, explica o especialista sobre o impacto da China nas siderúrgicas e mineradoras.
Mais: a alta volatilidade nos papéis foi testada também pelo cenário de decisão de juros pelo Federal Reserve nesta quarta-feira, com uma aversão maior ao risco.
A queda nas ações da CSN pode ser motivada também, na visão da Ativa Investimentos, pela decisão do Cade nesta quarta, que aprovou o despacho em que dá prazo indeterminado para a CSN vender as ações que tem na Usiminas.
O Cade manteve a proibição de que a siderúrgica compre novas ações da Usiminas e proibiu a empresa de exercer direitos políticos na Usiminas e de alugar suas ações para terceiros.
A decisão foi negativa para a empresa, diz a Ativa, pois também reduziu sua influência sobre um rival competitivo.
“Nos parece uma notícia negativa [para a CSN], que, inclusive, pode estar motivando maior queda desta no pregão de hoje”, conclui a Ativa.