Após fechar acordo para a aquisição nos negócios da LafargeHolcim no Brasil, por US$ 1,025 bilhão, a CSN (CSNA3) planeja relançar o pedido de abertura de capital da CSN Cimentos na Bolsa brasileira. Os acionistas cogitam o relançamento para meados de outubro, para ter finalizado todas as etapas até o final do ano, segundo o Valor Econômico.
Com as operações de siderurgia (CSNA3) e de mineração (CMIN3) já consolidadas e listadas na B3, a CSN trabalha agora na unidade cimenteira. Com a compra dos negócios da Holcim, a CSN Cimentos passa a figurar entre os três maiores produtores de cimento do País e agrega maior valor ao negócio.
Em julho, a tentativa de IPO da CSN Cimentos foi suspensa devido às condições desfavoráveis do mercado. Os investidores estavam pedindo desconto nos preços das ações, enquanto a CSN tinha planos de arrecadação já definidos.
A companhia planeja levantar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões com a oferta inicial da CSN Cimentos, para sustentar seu plano de expansão da unidade.
“Agora, após as compras dos ativos da Cimento Elizabeth e da Holcim, a CSN Cimentos ganhou novo patamar de escala de produção, sinergias comerciais e de logística e grande posicionamento de mercado no país”, disse Marcelo Ribeiro, diretor financeiro e de RI da CSN, ao Valor.
Segundo Ribeiro, os recursos serão usados no pagamento de metade do valor da aquisição, evitando que a CSN (detentora de 100% do capital da cimenteira) tenha de fazer um aporte de capital na controlada.
Para a Ativa Investimentos, o IPO da divisão de cimentos da CSN pode vir a demorar. “Ainda que consideremos a aquisição valiosa para a companhia, o IPO pode demorar por conta de condições de mercado e da decisão do Cade, que pode vir a aplicar remédios sobretudo na região Sudeste”.
A CSN Cimentos vai protocolar, em 30 dias, o documento com as informações do negócio no órgão, que terá 60 dias para avaliar e publicar um edital com as informações ao mercado. O Cade receberá os questionamentos de concorrentes nesse período. E terá desde aí 330 dias para analisar a operação, seus impactos e emitir seu parecer de aprovação total ou parcial.
Nova posição da CSN Cimentos no mercado
A aquisição dos ativos da LafargeHolcim no Brasil soma uma capacidade produtiva de 10,3 milhões de toneladas de cimento por ano à CSN Cimentos. Com o fechamento da operação, a cimenteira passará a ter uma capacidade anual total de 16,3 milhões de toneladas de cimento.
Com isso, alcança o terceiro lugar no ranking do País. A InterCement permanece na vice-liderança, atrás da Votorantim Cimentos, que detém o primeiro posto de forma isolada.
A Votorantim Cimentos, uma das maiores produtoras do mundo, está na primeira posição com capacidade instalada de produção de 52,2 milhões de toneladas por ano. Já a InterCement vem em seguida, com 17,2 milhões de toneladas, muito próximo à nova capacidade da CSN Cimentos.
Ao comprar a terceira maior cimenteira do país, a CSN incorpora:
- cinco fábricas de cimento,
- quatro estações de trituração,
- seis centros especializados em grânulos, e
- 19 centros de concreto.
Esses ativos estão espalhados em diversos Estados do país, principalmente no Sudeste – Minas Gerais (3), Rio de Janeiro (2), São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Paraíba e Goiás. Já a CSN Cimentos está presente em Volta Redonda (RJ), Arcos (MG) e Alhandra (PB).