CSN (CSNA3) e Mineração (CMIN3): Com foco em redução de dívidas, BTG enxerga prêmio de até 20% ante pares

Os CFOs da CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) estão otimistas com o mercado do minério de ferro em 2024. O volume da produção, segundo os executivos, é de uma manutenção de 42 megatoneladas no ano.

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Segundo relatório do BTG, a recomendação dos ativos de CSNA3 e CMIN3 é “neutra”, com EBITDA para o ano estimado em 4,3x e 4,7x, respectivamente. Além disso, os analistas Leonardo Correio e Caio Greiner apontam um “prêmio de 10-20% em relação aos principais pares”.

Apesar de encararem que o preço da commodity deve passar por um déficit no mercado, os executivos ainda estão positivos com uma alta de preços de 6% a 8% para HRC no Brasil.

Em conferência organizada pelo BTG Pactual (BPAC11) nesta semana em São Paulo, os CFOs apontaram que a demanda em janeiro está melhor e que esperam que a pressão para importação de aço reduza gradualmente.

Ainda não é certo que o governo Lula irá aumentar as tarifas de importação do minério de ferro nas próximas semanas, e por isso os analistas do BTG recomendam uma postura mais cautelosa nesse aspecto.

Sobre as M&A (fusões e aquisições), os executivos da CSN e CSN Mineração apontaram que aumentar a exposição ao subsetor do cimento também é uma possibilidade, apesar do seu principal foco estar na desalavancagem, ou seja, a redução da exposição à dívidas.

A seguir, os pontos abordados são mais aprofundados:

Foco em redução de dívidas da CSN (CSNA3) em 2024

De acordo com os gestores, a companhia metalúrgica estão com o principal foco na redução de seus débitos. Atualmente, o grupo está em um nível bem acima dos padrões da indústria, de 2,5x dívida líquida/EBITDA.

Com isso, os investidores de CMIN3 e CSNA3 poderão notar uma redução no pagamento de dividendos da holding.

Além disso, um possível IPO (oferta inicial de ações) para o seu segmento de cimento, além da venda de parte do braço de mineração.

Com estas estratégias, os analistas relatam que o alto escalão da companhia está otimista com as opções para redução de alavancagem.

“Com base em nossas estimativas, assumimos tendências de alavancagem amplamente estáveis nos próximos trimestres, o que poderíamos revisar após a conclusão de alguns dos eventos mencionados acima”, afirmaram os analistas do BTG.

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Aço (CSNA3), minério de ferro (CMIN3) e cimento: os três braços da CSN

Com um olhar mais direcionado para cada segmento das companhias, algumas perspectivas foram elucidadas pelos analistas.

Para o aço, espera-se que as turbulências na lucratividade estejam perto do fim. Com mais oferta doméstica do aço, em comparação aos picos de 2023, os importadores têm encontrado opções mais baratas no mercado, o que diminui o fluxo de vendas.

Além disso, a indecisão sobre as possíveis novas tarifas de importação continuam sem visibilidade clara para o mercado aliviar os preços dos papeis.

Já no campo do minério de ferro, mercados mais equilibrados e preços sólidos estão permitindo um tom mais otimista. Enquanto isso, a CSN investiu cerca de US$ 1 bilhão em projetos, que pode impulsionar CMIN3 no médio prazo. Além disso, a unidade de mineração deve continuar sendo o destaque dos dividendos, com estimativas de permanência entre 80-100%.

Por fim, a aquisição de ativos da Lafrage foi o empurrãozinho necessário para que a unidade de cimento da companhia alcançasse um status elevado. Para 2024, estima-se que as taxas de EBTIDA cheguem até US$ 1,5 bilhão, com previsões na margem de 30% no futuro.

O mercado ainda sonda uma possível aquisição da produtora Intercement, mas o foco em desalavancar será a prioridade.

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Camila Paim

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