A CSN (CSNA3) demonstrou recentemente interesse em adquirir a mineradora Samarco, joint venture da Vale (VALE3) e BHP. De acordo com uma apuração realizada pela Bloomberg, a Companhia Siderúrgica Nacional chegou até contratar a consultoria RK Partners com o objetivo de construir uma estratégia para a tentativa de compra da mineradora.
O plano, de acordo com a agência de notícias, era que a CSN realizasse uma oferta base pela Samarco para que outros possíveis compradores não tivessem a capacidade de oferecer valores inferiores ao auferido.
A oferta seria então apresentada ao juiz do tribunal de falências que supervisiona a reestruturação da dívida da mineradora, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg.
Contudo, nesta segunda-feira (20) as proprietárias da Samarco se manifestaram em comunicado sobre o interesse da CSN em comprar o ativo, afirmando o desinteresse em colocar a companhia à venda.
“Ambos acionistas estão focados nos preparativos para a audiência de conciliação amanhã e em garantir a sustentabilidade da Samarco e sua responsabilidade com os esforços de reparação, que não são endereçados pelo plano dos credores”, afirmaram as empresas em nota.
As duas empresas reafirmaram o apoio ao plano de reestruturação da Samarco, que foi protocolado pelos sindicatos de empregados da empresa e outros credores em 18 de maio.
Em 2015, a Samarco ficou impossibilitada de pagar suas dívidas após o rompimento da barragem de resíduos que deixou 19 pessoas mortas e destruiu duas vilas em Mariana, Minas Gerais.
Desde então, as operações da companhia foram detidas< A partir do final de 2020 foram parcialmente reiniciadas.
Especialistas acreditam que qualquer proposta que coloque em risco o controle sobre as operações da mineradora pode ser barrada pelos acionistas, que têm o compromisso de pagar pelos danos causados à comunidade.
De acordo com as informações listadas no pedido de recuperação judicial da companhia, realizado em abril do ano anterior, a Samarco – que a CSN pretende adquirir – registrou cerca de R$ 50 bilhões em dívidas inadimplentes.