A CSN Cimentos, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), anunciou que desistiu da oferta pública inicial de ações (IPO). A comunicação foi feita nesta quarta-feira (16), por meio de documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com a nota da companhia, o motivo foram “as condições adversas no mercado interno e internacional”.
A empresa apresentou a petição de desistência dos pedidos de emissor de valor mobiliários de categoria A, ou seja, que poderia emitir ações, assim como a da oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias.
A Ativa Investimentos comenta que a decisão da CSN está alinhada com os desafios macroeconômicos domésticos atuais, em conjunto com o fato de o momento do mercado de capitais ser assimétrico para a realização de grandes ofertas. “Acreditamos que a ideia da companhia seria levantar ao menos R$ 2 bi para fomentar o desenvolvimento da divisão e que, possivelmente, os planos possam ser retomados assim que a companhia avistar uma nova janela de possibilidades”, afirma a gestora.
A CSN Cimentos protocolou o prospecto do IPO em maio do ano passado, sendo uma oferta primária, com o objetivo de direcionar os recursos para o caixa da companhia.
É a segunda vez que há interrupção nos planos da CSN Cimentos em relação à abertura de capital. A primeira foi em julho de 2021, pelas condições do mercado, quando a empresa afirmou que estimava completar a operação no mesmo ano. Os planos foram retomados em setembro, com a compra de ativos da Holcim no Brasil.
No período, a pretensão era arrecadar até R$ 3 bilhões com o IPO.
Com a CSN Cimentos, já são 16 empresas que cancelaram as ofertas apenas em 2022:
- Monte Rodovias
- Ammo Varejo
- Bluefit Academias
- Madero
- Dori Alimentos
- Environmental ESG
- Vero Internet
- ISH Tech
- Coty
- Claranet
- Fulwood
- Cencosud
- Cantu Store
- Verzani & Sandrini
- Vix Logística
A mais recente, a Vix Logística, divulgou a desistência na última segunda-feira (14), alegando que o cancelamento de seu processo de abertura de capital ocorre “em decorrência da conjuntura atual de mercado”.
IPOs na B3 tiveram rentabilidade negativa em 2021
Um levantamento feito pela Economatica mostrou que no ano passado a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) foi a casa de 47 aberturas de capital (IPOs). Apesar do volume alto, o maior da séria histórica ocorreu em 2007, com 59 ofertas iniciais de ações.
O estudo mostra que em 2021, na mediana até o final do ano, esses IPOs feitos no ano passado tiveram uma rentabilidade negativa de 22,24%, o que equivale ao terceiro pior desempenho desde 2004.
A Economatica lenbra que o pior desempenho até agora foi em 2008: quatro IPOs tiveram, na mediana, uma queda de 48,15%. O segundo maior tombo foi em 2016, quando uma única abertura de capital caiu 26,75%.
De todas as aberturas de capital ocorridas em 2021, apenas 12 terminaram o ano com uma rentabilidade positiva desde a oferta, segundo o estudo. A ação que mais se valorizou foi a do Assaí (ASAI3) que fechou o ano com uma alta de 343,67%.
Até hoje, desde 2004, 230 empresas abriram seu capital na B3, mas apenas 130 dessas continuam sendo negociadas na sua forma original.
Cotação da CSN nesta quarta-feira (16)
Às 13h53, a ação da CSN operava em alta de 0,91%, cotada a R$ 26,64. Nos últimos 12 meses, os ativos acumulavam queda de 20,99%.