A Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3) estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta quinta-feira (11) em queda. A empresa, que é um dos maiores grupos educacionais do Brasil, realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que movimentou R$ 1,23 bilhão.
Após um período em leilão no início das negociações, os papéis da Cruzeiro do Sul recuavam 7,21%, para R$ 12,99. A companhia havia precificado suas ações a R$ 14, abaixo da faixa indicativa, que ficava entre R$ 16,40 e R$ 19,60. A empresa foi listada no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da Bolsa brasileira.
A operação consiste na oferta primária de 76,5 milhões de ações (parte do levantamento de recursos que vão para o caixa da empresa), equivalente a R$ 1,07 bilhão. A oferta secundária, que vai para o bolso dos atuais investidores, perfaz os outros R$ 160,65 milhões.
De acordo com o prospecto do IPO enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Cruzeiro do Sul visa utilizar os recursos líquidos auferidos com a operação em fusões e aquisições (90%) e expansão e investimentos (10%). O quadro acionário, após a oferta, será composto da seguinte forma:
- Archy LC, fundo soberano de Cingapura (34,76%);
- FIP D2HFP (22,60%);
- FIP Alfa 7 (22,60%);
- Ações em livre circulação (23%).
A operação foi coordenada pelo BTG Pactual (BPAC11), Bradesco BBI, Bank of America e Santander (SANB11).
Sobre a Cruzeiro do Sul
Fundada em 1965, por Hermes Figueiredo e Gilberto Padove, em São Miguel Paulista (SP), a Cruzeiro do Sul é o quarto maior grupo privado de ensino superior do País.
O grupo possui uma média anual de 330 mil alunos e 25 campus, além de 1.134 polos de educação à distância. Além da faculdade que leva o nome da companhia, ela é dona de marcas como a Unicid, a UDF, Módulo, Universidade Positivo e Braz Cubas.
Os acionistas da companhia se comprometeram a não vender mais ações por 180 dias (lock-up), prazo vigente até agosto, com o intuito de não pressionar a cotação dos papéis na Bolsa.
Em 2020, nos três primeiros trimestres do ano, a Cruzeiro do Sul registrou uma receita de R$ 1,3 bilhão, crescendo 20% na comparação com este mesmo intervalo de 2020. No entanto, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 78,4 milhões no período, revertendo o lucro do ano anterior.