O chefe de divisão de estudos regionais do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Jorge Roldos, afirmou, nesta segunda-feira (11), que as turbulências políticas no Chile e na Bolívia podem não gerar consequências para os outros países da região.
No entanto, de acordo com o chefe de estudos regionais do FMI, as crises trarão impactos negativos para o desempenho econômico tanto da Bolívia quanto do Chile.
“Esses eventos podem ter impacto regional, mas não será significativo. Não são países com grandes transações comerciais com outros países da região e têm economias pequenas”, afirmou Roldos.
Alteração da previsão de crescimento do PIB
O chefe de estudos regionais afirmou ainda que as turbulências farão com que a autoridade monetária tenha que atualizar as previsões de Produto Interno Bruto (PIB) destes países.
No relatório de projeções divulgado no mês passado, a estimativa de crescimento para a economia chilena era de 2,5% neste ano e 3% em 2020. O FMI apontou a “postura expansionista da política monetária e pacote de medidas fiscais” como causas para o crescimento.
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“No Chile, está havendo uma desaceleração econômica que deve afetar o quarto trimestre. A extensão disso dependerá do que os políticos vão fazer”, salientou Roldos.
Por outro lado, Roldos afirmou que ainda é muito cedo para analisar os impactos da renúncia do ex-presidente Evo Morales para o avanço econômico. “Nossa equipe local precisará acompanhar os desdobramentos para uma avaliação desses impactos para próximo relatório”, afirmou.
A projeção de outubro da autoridade monetária previa crescimento de 3,9% da economia boliviana neste ano, por conta de uma política fiscal expansionista. Entretanto, as eleições já foram abordadas como um fator de risco importante para alterar previsões futuras.
Estimativa do FMI para a Argentina
O chefe do FMI falou ainda sobre a previsão para o avanço do PIB da Argentina. Segundo Roldos, o crescimento da economia argentina pode passar por alterações por conta das medidas que serão adotadas por Alberto Fernández, que foi eleito presidente no mês passado.
“As novas autoridades não expressaram políticas específicas que vão adotar. Estamos dispostos a ajudá-los, mas ainda não ouvimos o que eles vão fazer”, afirmou o chefe de divisão de estudos regionais.
No último relatório divulgado, o FMI esperava retração de 3,1% da economia da Argentina neste ano.
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