Crise na Americanas (AMER3) provoca racha entre Lemann, Telles e Sicupira; entenda

A crise na Americanas (AMER3) causou um racha entre Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Segundo informações divulgadas nesta terça (7), existem divergências dentro do trio sobre os rumos da varejista e um dos sócios vem sendo apontado como o culpado pelo atual estado de caos.

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De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, Telles passou a dizer aos sócios que é contra seguir investindo na Americanas pois a empresa apresenta “resultados medíocres” para os seus padrões. Há alguns anos, o executivo defende que o trio deveria vender sua parte do negócio e, com a crise, ele passou a apontar Sicupira como o culpado desse caos.

No trio dos acionistas de referência, Sicupira ficou encarregado da Americanas enquanto Telles foi o responsável pela fusão da Brahma e da Antarctica, que deu origem à Ambev. Com a cobrança dos bancos, Sicupira começou a falar diretamente com os credores.

Jorge Paulo Lemann se arrepende de não ter conseguido vender a varejista e não mostrava entusiasmo pelo negócio, que julgava ser mal gerido. A empresa chegou a ser oferecida para Abilio Diniz, mas o ex-líder do Pão de Açúcar (PCAR3) não quis.

Americanas e os acionistas não responderam os questionamentos do Valor sobre o caso.

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Recuperação judicial na Americanas

Enquanto a recuperação judicial da Americanas segue em andamento, a atual proposta para manter a operação em pé é um empréstimo DIP do trio de R$ 1 bilhão. Outros investidores seriam convencidos a aportar mais R$ 1 bilhão, mas a operação está difícil de ir para frente.

O comitê independente instalado para investigar o escândalo da Americanas pode levar mais tempo do que o planejado inicialmente para finalizar seus trabalhos. Existem fortes indícios de que houve uma fraude contábil na varejista, de acordo com fontes do jornal O Estado de São Paulo.

“Não restam muitas dúvidas sobre a ocorrência de fraude“, decretou uma fonte ouvida pela Coluna do Broadcast.

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De acordo com os interlocutores, as indicações apontam que as inconsistências contábeis avaliadas em R$ 20 bilhões eram praticadas “entre sete e oito anos”.

Assim, deve ser necessário mais tempo para aprofundar as apurações, verificar se não foram praticadas fraudes de outras naturezas e checar o grau de envolvimento da administração da varejista.

Dessa forma, existe a possibilidade de que os trabalhos de investigação na Americanas arrastem por vários meses.

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Erick Matheus Nery

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