O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) descartou, neste domingo (19), que o apagão na noite de ontem em alguns municípios dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais tenha relação com a crise hídrica que vem causando estresse energético no País.
O Operador não reportou nenhuma ocorrência em São Paulo, apesar de relatos, informando que, se houve algum problema, deve ter sido local, pois não chegou ao seu conhecimento. O Brasil passa pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
Como já havia sido relatado por Furnas, o ONS informou que às 21h21 houve um desligamento total da subestação Rocha Leão, de propriedade de Furnas, “devido à atuação da proteção diferencial de barras do setor de 138 kV”, explicou.
De acordo com o sistema de supervisão do Operador, houve interrupção de 696 megawatts (MW) na carga. Às 22h32, o abastecimento estava 100% normalizado.
“O ONS avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos. Vale ressaltar que o episódio não tem relação com a crise hídrica do País“, disse o ONS em nota.
“Reiteramos que, assim que identificado o problema, atuamos prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível.”
Crise hídrica deve durar até novembro, diz presidente da Petrobras
O presidente da Petrobras (PETR4), Joaquim Silva e Luna, disse que a crise hídrica deve durar até o mês de novembro, considerando que a situação já se arrasta “há algum tempo”.
“Estamos necessitando de várias mãos para encontrar um caminho”, afirmou durante debate na Câmara dos Deputados última semana.
Ao falar sobre o tema, destacou que a estatal ampliou a capacidade instalada e de entrega de gás de 2 GW para 8 GW. “Nosso comprometimento é com a situação que vivemos nesse momento”, afirmou, repetindo que a petroleira é controlada por vários setores.
Mesmo assim, a situação continua preocupando no Brasil. Os reservatórios de hidrelétricas já operam abaixo do nível do pré-apagão, ocorrido em 2000. Contudo, vale pontuar que a matriz energética atual do País é menos concentrada na geração hidrelétrica, amenizando os efeitos imediatos da crise hídrica.
(Com informações do Estadão Conteúdo)