Com a crise hídrica e seus riscos iminentes, o governo decidiu por priorizar pela primeira vez em anos as matrizes energéticas mais poluentes, com previsão de utilização até 2025.
A medida de emergência deve custar R$ 13,1 bilhões aos cofres públicos, considerando o acionamento das térmicas de janeiro a novembro. A conta de luz, desta forma, deve ficar mais cara – já agravando o problema de oferta visto com a crise hídrica.
Além disso, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), são previstos R$ 12 bilhões em investimentos no setor até o ano de 2026.
Em já no próximo mês de outubro, a pasta fará um leilão simplificado para compra de adicional de energia, com prazo previsto para abril de 2022 a dezembro de 2025 e possibilidade de entrega antecipada.
Essa é outra medida no sentido de tentar recuperar o nível dos reservatórios das hidrelétricas, contudo, a alta no preço da energia deve ser ainda maior.
“As termelétricas vão ficar prontas daqui a 7 anos, só que a necessidade é imediata com a crise hídrica. Temos tecnologia e capacidade de fabricação de equipamentos para atender toda a demanda energética em 1 ano, por isso acreditamos que é possível antecipar a abertura do mercado livre de energia antes de 2024. O nosso país pode ser líder global em energia 100% renovável e promover uma revolução energética”, analisa Antonio Bastos, CEO da Omega Energia (OMGE3), sobre o panorama.
Crise hídrica deve durar até novembro, diz presidente da Petrobras
Recentemente, no Congresso, o presidente da Petrobras (PETR4), Joaquim Silva e Luna, afirmou que a crise hídrica deve durar até o mês de novembro, considerando que a situação já se arrasta “há algum tempo”.
“Estamos necessitando de várias mãos para encontrar um caminho”, afirmou durante debate na Câmara. Ao falar sobre a crise hídrica, destacou que a Petrobras ampliou a capacidade instalada e de entrega de gás de 2 GW para 8 GW.
Conta de luz mais cara fez Bolsonaro reduzir gastos de energia no serviço público
Ainda nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou decreto determinando a redução de consumo de energia elétrica em órgãos da Administração Pública. A ideia é economizar energia em meio à crise hídrica que ameaça o consumo no país.
O governo descarta racionamento apesar dos níveis baixos nos reservatórios nas principais usinas hidrelétricas. O País vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. O governo pretende sinalizar assim uma postura de rigor com os gastos de energia elétrica nos órgãos públicos.
“Por meio do decreto, o Governo Federal se une ao esforço realizado pela sociedade na tomada de medidas de redução do consumo de energia elétrica, necessárias para o enfrentamento da situação hidroenergética desfavorável da crise hídrica“, informou o MME em nota.