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Crise do Credit Suisse preocupa mercados; entenda a situação

Credit Suisse. Foto: divulgação.

Credit Suisse. Foto: divulgação.

O banco suíço Credit Suisse, um dos maiores do mundo, enfrenta um “momento crítico”, segundo as palavras do seu próprio CEO, Ulrich Koerner. As ações do banco chegaram às mínimas na última sexta-feira, a US$ 3,92 na bolsa de Nova York, enquanto a instituição prepara uma reformulação dos negócios.

Em pleno final de semana de eleições presidenciais no Brasil, a crise do Credit tomou conta das redes sociais, como o Twitter, e de fóruns financeiros do Reddit.

O novo CEO do Credit Suisse prometeu apresentar uma nova estratégia de recuperação em 27 de outubro, mas o mercado está preocupado. A crise de confiança do Credit Suisse impactou o custo de proteção dos bônus da instituição contra um calote, que subiu 15% na semana passada, patamar inédito desde 2009.

De acordo com a Bloomberg, o novo plano poderá incluir mudanças “radicais” no banco de investimentos e o corte de milhares de empregos ao longo dos próximos anos.

Na sexta-feira, Koerner disse que o Credit Suisse conta com uma “forte base de capital” e posição de liquidez.

Na tentativa de tranquilizar o mercado, ele declarou em comunicado que os empregados não devem confundir o desempenho da ação com a solidez do banco. Ele também pediu um “voto de confiança” ao mercado.

Foto: Divulgação Credit Suisse

Crise do Credit Suisse

Segundo analistas da KBW, o Credit Suisse pode precisar captar 4 bilhões de francos suíços (equivalente a US$ 4 bilhões) de capital, mesmo após a venda de ativos para financiar sua reestruturação.

O banco planeja vender sua unidade de negociação de produtos securitizados e avalia a venda de operações de gestão de patrimônio na América Latina, com exceção do Brasil, de acordo com a Bloomberg. Entre os planos estaria retomar a marca First Boston.

O valor de mercado do banco, que era superior a 30 bilhões de francos suíços em 2021, caiu para os atuais 10 bilhões de francos suíços, ou US$ 10,1 bilhões, de acordo com o jornal Valor Econômico.

Veja a cotação das ações do Credit Suisse na NYSE nos últimos cinco anos:

Fonte: Status Invest

Existem preocupações de que o Credit poderá ter dificuldades para levantar novas ações para pagar a reestruturação e que seus custos de financiamento podem subir muito.

O CEO assumiu a posição no final de julho, e desde então lida com especulações do mercado sobre a crise do Credit Suisse, além da saída de executivos do banco. Ulrich é especialista em reestruturação e assumiu a missão de reduzir o banco de investimento e cortar mais de US$ 1 bilhão em custos, segundo a Reuters.

Os desastres financeiros que afetaram o Credit incluem a perda de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.

Contando apenas os últimos três trimestres, os prejuízos do Credit Suisse somam quase 4 bilhões de francos suíços. Em agosto, analistas do Deutsche Bank estimaram um déficit de capital de pelo menos 4 bilhões de francos.

De acordo com reportagem do Wall Street Journal, a exposição à alavancagem do Credit Suisse era de cerca de US$ 873 bilhões no fim de junho. O banco é o segundo maior da suíça em ativos, depois do UBS.

Credit Suisse no Brasil

No mercado brasileiro, o Credit atua nos mercados de private banking, banco de investimentos e gestão dos seguintes fundos imobiliários:

A reportagem do Suno Notícias entrou em contato com o Credit Suisse no Brasil para saber as possíveis repercussões do caso no mercado nacional, mas ainda não obteve resposta.

Questionado sobre o tema no Twitter, o fundador do Grupo Suno, Tiago Reis, disse que a crise do banco pode impactar a atração e retenção de talentos do Credit Suisse para gerir os fundos no Brasil, mas que não deve ter impacto nos ativos.

Comunicado do banco tentou acalmar mercado

O memorando do Credit Suisse, divulgado no último dia 26, disse que o banco está no caminho certo para sua revisão de estratégias, que inclui potenciais desinvestimentos e venda de ativos. “O banco dará nova atualização quando divulgar seu resultado do terceiro trimestre em 27 de outubro de 2022”, declarou.

“O Conselho de Administração e a Diretoria estão considerando alternativas que vão além das conclusões da revisão estratégica do ano passado. O objetivo é criar um Grupo mais focado e ágil, com uma base de custos absolutos significativamente menor, capaz de fornecer retornos sustentáveis ​​para todos os stakeholders e atendimento de primeira classe aos clientes”, afirma o comunicado, disponível no site global do Credit Suisse.

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