O mercado de crédito privado está em recuperação. De acordo com estudo publicado pela XP, os fundos de Crédito High Grade, em novembro, apresentaram uma performance de 123% do CDI. Já nos fundos com debêntures incentivadas, com retornos de 284% do CDI no mês de novembro.
Além da melhora na performance dos títulos, a aceleração no segundo semestre mostra uma recuperação das ofertas no mercado de crédito após um período de escassez, agravado por eventos no início deste ano, como as descobertas de fraude na Americanas (AMER3) e a Light (LIGT3).
A XP Investimentos destaca que a última vez que debêntures de instituições sólidas e com alto nível de qualidade de crédito passaram por um período de correção foi em março de 2020. Antes disso, em 2019, outro ajuste no mercado ocorreu gerando uma precificação negativa nesses papeis e consequentemente nos fundos de investimentos em crédito.
“De lá para cá, a recuperação dos fundos de crédito foi notável, de forma que essas estratégias vêm apresentando retornos excedentes ao CDI mês após mês”, apontou relatório da corretora.
No mês de novembro houve uma continuidade do movimento de recuperação desses fundos, movimento que pode ser observado tanto no fluxo, quanto no retorno.
O cenário está positivo para investir em crédito privado: gestor explica por quê
A perspectiva de que as taxas de juros no Brasil devam se situar abaixo de 10% até o final de 2024 tem contribuído para tornar as emissões locais ainda mais atraentes para as empresas, reduzindo seus custos financeiros.
A expectativa é de que o mercado de crédito, que contempla as debêntures, ofereça boas oportunidades no cenário local, especialmente em nomes de médio risco e retorno.
“O mercado de juros futuros está embutindo que a Selic deva recuar para um pouco abaixo de 10%, sendo pouco provável que a taxa básica de juros rompa um nível muito menor do que esse”, afirmou Alexandre Muller, gestor de crédito da JGP.
Muller afirmou que o Brasil vai continuar convivendo com a taxa de juros flertando com os dois dígitos, o que torna a renda fixa competitiva nas carteiras de investimentos.
“Os desafios fiscais são relevantes, então a renda fixa e a proteção inflacionária são bem-vindas”, afirmou o gestor.
O gestor disse ainda que o mercado de debêntures se ampliou bastante e que as oportunidades estão misturadas com títulos não tão bons. Ou seja, o investidor precisar ficar “de olho” para escolher ativos de qualidade para obter ganhos no longo prazo.
A carteira do indicador Idex-CDI Geral, referência para o mercado de crédito privado criada pela gestora JGP, conta com 320 debêntures. A taxa média das debêntures está alcançando CDI mais 2,20%, e algumas estão rendendo ainda mais.
O retorno dos títulos de crédito privado, como de debêntures, CRIs e CRAs – costuma apresentar maior atratividade em função dos prazos mais longos, isenção de imposto sobre rendimentos em alguns casos e principalmente pelo maior “risco”.
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