De olho em IPO, Creditas tenta reverter perdas milionárias
A fintech de empréstimos Creditas registrou um prejuízo líquido de R$ 245,6 milhões no terceiro trimestre de 2022, resultado pior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando as perdas tinham sido de R$ 148 milhões. Com planos de abrir seu capital, a empresa tenta virar o jogo e dar lucro a partir de 2023.
“O ambiente de negócios continua extremamente volátil, tanto no Brasil como no exterior. No Brasil, a inflação continua em queda, mas as incertezas políticas e fiscais mantêm as taxas de longo prazo em níveis recordes”, destacou o comando da Creditas no balanço divulgado no último sábado (10).
No acumulado dos nove meses, o prejuízo supera R$ 800 milhões. Com os investidores interessados em lucro, a empresa colocou o pé no freio na concessão de crédito e promete mover suas prioridades para dar lucro a partir do próximo ano.
No ano, a carteira de crédito cresceu 90%, mas, no terceiro trimestre, a expansão se reduziu para alta de 49%, ante o mesmo período do ano passado. A carteira sob gestão da empresa fechou o terceiro trimestre em R$ 5,571 bilhões.
As receitas seguem mostrando forte expansão, apesar do ritmo mais lento de expansão do crédito. No acumulado do ano até setembro, a Creditas teve crescimento de 173% na receita, para R$ 1,3 bilhão.
No comunicado, a empresa ressaltou que segue realizando um plano de rentabilidade traçado em março. “Agora estamos originando empréstimos com as margens projetadas mais altas que já vimos para trazer nosso lucro bruto de volta aos níveis normais”, destacou a Creditas.
Creditas: Metas para 2023
No comunicado, a Creditas atualizou seu plano de ação com os seguintes metas, de olho na melhoria dos resultados para uma futura entrada na Bolsa:
- Manter o crescimento do portfólio alto e sustentável;
- Acelerar a repactuação da carteira de crédito;
- Aumentar o lucro bruto;
- Aquisição das operações bancárias do Andbank no Brasil;
- Reduzir o custo de aquisição de clientes;
- Racionalização das despesas gerais.
“Embora a melhora no terceiro trimestre seja limitada a um impacto temporário de deflação no portfólio de home equity, estamos vendo muito mais tendências robustas no quarto trimestre que continuarão até 2023″, projetou a Creditas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, com Estadão Conteúdo