Em busca de seu lugar ao sol no mercado de crédito no Brasil, a fintech Creditas anunciou na quarta-feira (5) a estreia de um e-commerce que irá comercializar produtos do varejo.
A estratégia, em meio a uma disputa cada dia mais acirrada entre os chamados bancões e as fintechs, busca criar uma nova forma de receita (e de relacionamento) à empresa de crédito.
“Lançamos um e-commerce que, ao invés de você pagar com cartão de crédito ou boleto, você paga com seu salário, diretamente na folha”, disse Fabio Zveibil, vice-presidente de desenvolvimento de negócios.
A loja virtual funcionará basicamente como uma varejista tradicional, com foco em produtos desejados e que, normalmente, estão acima da possibilidade de compra pelo cartão de crédito.
No início, a Creditas irá comercializar apenas celulares Iphones, da Apple, com prestações a partir de R$ 145. Para esse produto, a taxa de juros é zero, já que a empresa ganha em margens do varejo e do meio de pagamento. O planejamento é lançar ao menos um produto por mês na loja.
Os produtos da loja virtual, entretanto, só estarão disponíveis para funcionários de empresas conveniadas com a Creditas.
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Dessa forma, além de trazer o crédito consignado à financeira, a fintech ainda ganha apelo como forma de benefício oferecido pelas empresas aos seus colaboradores.
“Eu também consigo atender benefícios que os RHs querem oferecer para os funcionários. Então, em educação, as pessoas querem estudar, e o RH tem um incentivo muito grande em ajudar as pessoas a realizar isso. Então, eu consigo ajudar esses dois grandes objetivos”, disse Zveibil.
Além de produtos físicos, a Creditas também passará a oferecer vendas de pacotes de educação, com pacotes de intercâmbio, MBAs, pacotes de viagens e até mesmo bicicletas e motos.
Creditas foca em produtos não financeiros
Na prática, a nova maneira de financiamento e venda no varejo é uma extensão do crédito consignado, forma de empréstimo que a Creditas é especialista, com outra roupagem e vai ao encontro da estratégia da fintech de crescer no Brasil.
Para sobreviver em um mercado concorrido e com margens cada vez mais apertadas, a fintech enxergou nos produtos não financeiros uma forma de aumentar seu core sem perder a referência dos empréstimos consignados.
“Através da minha loja, eu elimino uma série de ineficiências no meio do processo e repassar essas vantagens para o consumidor. Como varejista, eu faço o que eu quiser na margem de varejo”, disse o vice-presidente de desenvolvimento de negócios.
“Eu pego a margem do meio do caminho, do varejo, da distribuição e do meio de pagamento, e repasso ele para o cliente e consigo parcelar com juros zero ou quase zero, graças ao ótimo produto de crédito que tenho”, afirmou.
A nova operação do varejo da Creditas também completa a iniciação da companhia nessa estratégia, que já tinha o financiamento de construção, desde o início do financiamento da obra até a execução, como plano inicial.