A multinacional japonesa SoftBank deve fazer injeção de US$ 200 milhões na fintech brasileira Creditas. A corporação calcula um valuation de US$ 700 milhões na maior fintech de empréstimos com garantia no Brasil. As informações são do “Brazil Journal”.
De acordo com a Creditas, o empréstimo com garantia “também é conhecido como refinanciamento. Este é um tipo de crédito em que você utiliza um bem, como um veículo ou um imóvel, como garantia do pagamento do seu empréstimo”.
Como a taxa de inadimplência no modelo de negócio é menor, as taxas de juros também são menores, na comparação com os juros cobrados pelos grandes bancos.
Com uma taxa de inadimplência menor que 2%, a Creditas cobra juros a partir de 1,09% ao mês. A média cobrada pela fintech é de:
- Empréstimo com garantia de veículo: 2%.
- Empréstimo com garantia de imóvel (home equity): 1,25%.
Conforme o Banco Central (BC), em abril, a taxa média de juros cobrada pelo sistema financeiro é de:
- Média geral: 25,3% ao ano.
- Pessoas físicas: 31,7% ao ano.
- Pessoas jurídicas: 15,8% ao ano.
Segundo o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da fintech, Fábio Zveibil, a boa projeção de expansão do modelo de negócio da Creditas deve-se ao valor total dos bens, que podem ser utilizados na operação de empréstimo com garantia.
“O potencial é gigante para a modalidade como um todo. Quando você pega o valor dos carros e das casas das pessoas, por exemplo, a gente tem mais de R$ 10 trilhões de potencial”, afirmou Zveibil.
“Considerando um loan-to-value de 30%, teríamos um mercado potencial de empréstimo com garantia de R$ 3 trilhões. E isso só do estoque existente”, estimou o vice-presidente ao “Brazil Journal”.
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Cheque especial e cartão de crédito x empréstimo com garantia da Creditas
Ainda conforme Fábio Zveibil, os grandes bancos não exploram o mercado de empréstimo com garantia devido à maior rentabilidade do:
- Cheque especial;
- do cartão de crédito;
- e empréstimo pessoal.
“Eles não podem abrir mão desses produtos, senão não têm dinheiro para financiar seus custos […] O home equity até tem nos bancos, mas está na quarta gaveta, na última pastinha do gerente. E principalmente para um Personnalité, um Prime, um cliente com mais renda”, explicou Zveibil.
A Creditas realiza as operações de crédito em sua plataforma digital. Então, repassa aos investidores, principalmente aos Fundos de Investimentos em Direito Creditório (FIDCs).
Após o repasse, a Creditas administra a carteira, realizando as seguintes atividades:
- Emissão de boletos;
- Cobrança das parcelas em atraso;
- E, caso seja necessário, retoma o bem.
Portanto, a fintech acumula recursos em todas as etapas:
- Recebe comissões tanto dos clientes, quanto dos fundos;
- Recebe taxas mensais dos fundos pela administração da carteira;
- E também recebe por financiar a operação. Isto, pois, a Creditas adquire parte das cotas dos FIDCs que apresentarem maior risco. Deste modo, é remunerada pelos juros da aplicação.
Atualmente, a Creditas tem três FIDCs parceiros, cada um com cerca de R$ 150 milhões:
- Um fundo é para o financiamento dos empréstimos com garantia de veículos.
- Outro fundo para o financiamento dos empréstimos com garantia de imóveis.
- E, por fim, o terceiro fundo é direcionado ao teste de novos produtos.
Apesar de atualmente o modelo de negócio englobar apenas o empréstimo com garantia para pessoas físicas, a Creditas deve começar a oferecer os empréstimos também para as pessoas jurídicas em breve.