UBS tem desafios na venda de gestora de FIIs do Credit Suisse, administrador do HGLG11, diz agência
O UBS está enfrentando desafios em sua tentativa de vender a divisão brasileira de gestão de fundos imobiliários (FIIs) que pertenciam ao Credit Suisse, banco comprado pelo UBS no primeiro semestre de 2023, conforme relataram fontes familiarizadas com o assunto à agência de notícias Bloomberg.
Atualmente o Credit Suisse realiza a gestão de oito fundos no brasil por meio da Credit Suisse Hedging-Griffo, ou CSHG.
- CSHG Real Estate FII (HGRE11)
- CSHG Logística FII (HGLG11)
- CSGH Recebíveis Imobiliários FII (HGCR11)
- CSHG Imobiliário FOF FII (HGFF11)
- CSHG Renda Urbana FII (HGRU11)
- CSHG Residencial FII (HGRS11)
- Castello Branco Office Park FII (CBOP11)
- CSHG Prime Offices FII (HGPO11)
O banco suíço colocou no mercado a gestão de sete fundos imobiliários com ativos no valor de R$ 11,7 bilhões, buscando potenciais compradores entre bancos e gestoras.
No entanto, os interessados estão preocupados com a perspectiva de que os acionistas dos fundos possam assumir o controle de pelo menos um deles.
Isso, por sua vez, poderia afetar o valor da transação, conforme indicaram as fontes, que solicitaram anonimato devido à natureza não pública das negociações.
No Brasil, os detentores de cotas de um fundo têm o direito de convocar uma assembleia e efetuar mudanças na equipe de gestão do fundo, desde que obtenham uma aprovação de 25%.
Um ponto de preocupação adicional é que a gestora de fundos imobiliários do Credit Suisse não possui uma estrutura jurídica independente, o que amplia o risco de os acionistas assumirem o controle da gestão, explicaram as fontes.
Os FIIs do Credit Suisse são negociados em bolsa e possuem centenas de acionistas, complicando a aprovação das mudanças. Outro desafio envolve o acordo de confidencialidade enviado pelo UBS a possíveis interessados no negócio, que inclui condições consideradas duras demais, segundo as fontes disseram à Bloomberg.
Uma das cláusulas prevê uma multa de US$ 20 milhões a um comprador que contrate funcionários do Credit Suisse ou do UBS dentro de dois anos após a aquisição. Outro ponto é que os compradores seriam proibidos de usar os atuais distribuidores dos fundos.
O UBS concluiu a compra do Credit Suisse em junho, em um negócio intermediado pelo governo suíço após o Credit quase entrar em colapso devido a problemas na gestão.
Os fundos do Credit Suisse investem em imóveis e títulos lastreados em crédito imobiliário no Brasil.