O Credit Suisse Group AG enfrenta uma investigação criminal na Bélgica em meio à suspeitas de que ajudou mais de 2.600 clientes a esconder dinheiro em contas na Suíça. As informações forma divulgadas pelas autoridades belgas nesta segunda-feira (24).
O porta-voz do Ministério Público Federal da Bélgica, Eric Van Duyse, explicou que os investigadores belgas estão buscando evidências de lavagem de dinheiro e informações que indiquem se o credor suíço agiu como intermediário financeiro ilegal, confirmando os comentários feitos por um funcionário citado pelo jornal L’Echo no final de semana.
De acordo com os promotores federais, a investigação está na fase de coleta de informações, de forma que não há certeza de que resultará em acusações formais.
Os promotores obtiveram os dados bancários de clientes belgas com contas no Credit Suisse entre 2003 e 2014, confirmou Van Duyse. As autoridades receberam dados de contas das autoridades francesas no ano passado, acrescentou ele.
O Credit Suisse “aplica uma política de tolerância zero estrita e deseja conduzir negócios com clientes que pagaram seus impostos e declararam integralmente seus ativos”, disse o credor em um comunicado enviado por e-mail em 22 de agosto. “Cumprimos rigorosamente todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis nos mercados em que operamos”.
Além do Credit Suisse, outros bancos suíços se envolveram em diversas investigações fiscais globais na última década, à medida que a tradição de sigilo bancário do país foi banida. A pandemia do coronavírus (Covid-19) possibilitou o adiamento do apelo do UBS Group AG de uma condenação e a penalidade recorde de € 4,5 bilhões (cerca de R$ 29,77 bilhões) por ajudar clientes franceses a esconderem fundos não declarados em contas offshore.