A crise do Credit Suisse, um dos principais bancos europeus, está deixando o mercado financeiro agitado. Em meio à forte queda das ações do banco e o crescente custo de proteção dos bônus da instituição contra um calote, surgem dúvidas sobre a sobrevivência do banco e o impacto que isso terá sobre a economia global.
Em vídeo publicado ontem, o fundador do Grupo Suno, Tiago Reis, disse que é preciso monitorar a situação de perto porque existe um risco à economia global, assim como ocorreu com a quebra do Lehman Brothers no passado.
Além disso, o banco tem operações no Brasil e sua gestora conta com fundos bem conhecidos do mercado de fundos imobiliários, como o HGLG11, HGRU11, HGRE11, HGCR11 e HGFF11.
Operações do Credit Suisse no Brasil chamariam atenção de compradores
Apesar dos riscos à economia internacional, Reis afirmou não ver problemas nas atividades do banco no Brasil. “O Credit Suisse no Brasil é lucrativo e tem atividades de banco de investimentos, gestão de fundos, weatlh, que são atividades naturalmente rentáveis.”
Em sua visão, o negócio do banco no Brasil é saudável e poderia facilmente atrair o interesse de potenciais compradores caso a matriz opte pela venda da unidade brasileira.
“Existem grandes instituições financeiras, como BTG, XP, Nubank, que fizeram capitalizações relevantes nos últimos anos e são lucrativos. Não duvido que teriam interesse caso uma das alternativas para o Credit Suisse seja vender as operações no Brasil”, afirmou.
Cotistas dos FIIs devem ficar atentos
Os investidores dos fundos imobiliários geridos pela Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) podem ficar tranquilos porque os imóveis dos fundos pertencem aos cotistas.
“O HGLG11, por exemplo, tem vários galpões logísticos. Se o Credit Suisse ficar insolvente lá fora, o credor não pode tomar o imóvel porque ele presta um serviço e não é dono nem sócio do imóvel”, explica.
“O cotista pode ficar tranquilo porque ele é o real dono do imóvel”, diz Tiago Reis, fundador do Grupo Suno.
No entanto, ele destaca que a possível perda de talentos por parte da gestora pode se tornar um problema no médio prazo. “A maior preocupação é: vai conseguir reter talentos?”, questiona, destacando que profissionais qualificados são fundamentais para criar oportunidades de negócios nos FIIs.
Diferente de outras gestoras, a CSHG no Brasil faz tanto a gestão quanto a administração dos fundos imobiliários. Segundo Reis, seria uma alternativa para os cotistas exigir a segregação da atividade de administração para outra instituição, pois isso daria uma segurança adicional aos investidores da gestora do Credit Suisse.