Credit Suisse diz que ‘FIIs seguem de pé, independente da crise’

O Credit Suisse (C1SU34) tenta tranquilizar investidores após rumores de uma possível crise de liquidez com o banco. A área de gestão de fundos  de investimento no Brasil afirmou que os fundos imobiliários (FIIs) listados no Brasil não devem sofrer com o panorama atual.

Veja o Morning Call desta quinta (06/10)

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Em fato relevante, a gestora afirmou que “os resultados e rendimentos dos FIIs do Credit Suisse seguirão suas alocações específicas, no contexto de suas respectivas atividades setoriais, uma vez que os recebimentos de locações, créditos e todos os demais direitos dos FIIs não têm correlação e não são compostos por títulos de emissão do Grupo CS”.

O documento arquivado nesta quarta (5) destaca que a desconfiança dos investidores que causou queda das ações do Credit Suisse não deve afetar os fundos imobiliários.

“[Os fundos] não são impactados por quaisquer alterações ou oscilações no valor das ações ou dos títulos de emissão do Grupo CS”, disse a gestora.

Atualmente o Credit Suisse realiza a gestão de oito fundos no brasil por meio da Credit Suisse Hedging-Griffo, ou CSHG.

  • CSHG Real Estate FII (HGRE11)
  • CSHG Logística FII (HGLG11)
  • CSGH Recebíveis Imobiliários FII (HGCR11)
  • CSHG Imobiliário FOF FII (HGFF11)
  • CSHG Renda Urbana FII (HGRU11)
  • CSHG Residencial FII (HGRS11)
  • Castello Branco Office Park FII (CBOP11)
  • CSHG Prime Offices FII (HGPO11)

Ainda assim, no mesmo documento, a Instituição Administradora dos FIIs fez questão de destacar os indicadores de liquidez do banco.

O comunicado ressalta que o grupo como um todo possui uma posição de liquidez com um índice de cobertura de liquidez (LCR, na sigla em Inglês) de 191% e ‘ativos líquidos de alta qualidade’ de 235 bilhões de francos Suíços. Esses dados são do fim do segundo trimestre de 2022.

“A capacidade de absorção total de perdas (TLAC, na sigla em Inglês) do Grupo Credit Suisse é de 96,9 bilhões de francos Suíços no segundo trimestre de 2022. O balanço patrimonial do Grupo CS é diversificado, com ativos líquidos que representavam cerca de um terço dos seus ativos totais no segundo trimestre de 2022″, consta no documento.

Investidores dos FIIs podem ficar tranquilos, diz Baroni

O analista CNPI e specialista em Fundos Imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni, comentou sobre o impacto de um eventual problema de liquidez nos FIIs da CSHG.

Ao Suno Notícias, deu declarações em linha com as informações destacadas no comunicado do banco desta quarta (5), citando que os FIIs não serão impactados por serem separados da tesouraria do banco.

“Mesmo que sejam ligados a bancos ou gestoras que possam ter dificuldades específicas em seus balanços, os ativos conseguem seguir seu caminho naturalmente. Na prática, a contabilidade e o patrimônio em si são segregados e isso deveria, inclusive, trazer até mais conforto aos investidores”, disse.

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Contudo, Baroni destacou que os investidores devem seguir atentos aos movimentos que afetam o banco de um modo geral.

“Seguiremos atentos aos próximos movimentos do Credit Suisse, pois sabemos que uma gestora precisa contratar e reter equipes em suas operações, até para que o reflexo positivo ocorra nos resultados. Por ora, nada muda para o CSHG e seus fundos imobiliários aqui no Brasil”, disse Baroni.

Entenda a crise do Credit Suisse

Os rumores sobre a crise no banco suíço ganharam notoriedade na imprensa e nas redes sociais justamente na virada de setembro para outubro.

O temor é de uma crise de liquidez por conta dos Credit Default Swap (CDS), que são títulos de dívida negociados no mercado financeiro internacional.

Os bônus atrelados a esses títulos subiram cerca de 15% semana passada, sendo o menor patamar desde a crise de 2009.

Além disso, o Credit Suisse passa por um momento de reestruturação, e o novo CEO, Ulrich Koerner, prometeu apresentar uma estratégia detalhada ainda antes do fim de outubro.

De acordo com a Bloomberg, o novo plano poderá incluir ‘mudanças radicais’ e provocar cortes de empregos ao longo dos próximos anos.

Segundo analistas da KBW, o Credit Suisse pode precisar captar 4 bilhões de francos suíços em – mesmo após a venda de ativos – para conseguir financiar a sua reestruturação.

Os papéis do banco caem mais de 57% no acumulado de 2022. Nos últimos 30 dias, foram 16% de queda na Bolsa de Nova York, a NYSE.

Os esforços do Credit Suisse em tranquilizar o mercado, contudo, ‘frearam’ essa desvalorização nesta semana, e desde terça (4) os papéis sobem 5,2% em Wall Street.

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Eduardo Vargas

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