O Credit Cuisse elevou o preço-alvo da Ambev (ABEV3) de R$ 16,50 para R$ 18, reiterando recomendação de compra.
As estimativas de Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro por ação da Ambev foram elevadas em 9% e 16%, respectivamente, para os próximos dois anos, após a companhia divulgar resultados operacionais melhores do que o esperado no primeiro semestre.
Para as analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão, as ações da empresa ficaram pressionadas por uma percepção errônea dos investidores sobre as margens da companhia, materialmente afetadas pela alta das commodities, mudanças no mix de vendas, pressões inflacionárias e investimentos em novos negócios.
“Vale destacar que as inovações lançadas nos últimos três anos representaram cerca de 20% das vendas líquidas da Ambev em 2021. No passado, a inovação mal chegava a 5% das vendas”, pontuam. Uma delas, citada pelos analistas, é a plataforma BEES, para bares e restaurantes da empresa.
A Ambev, entretanto, teve capacidade de execução no setor que chamou atenção, apoiando crescimento no volume de cerveja maior do que o esperado.
Segundo as analistas, a explicação é mudança na estratégia da empresa, que deixou de ser líder no setor para liderar o crescimento.
“Após sete anos de margens pressionadas, estimamos uma margem bruta de cervejas estáveis no Brasil em 2023 de 48,1%%, com cenário de custos mais favorável com a queda nas commodities e apreciação do real”, afirmam.
A margem Ebitda da Ambev deve crescer nesta projeção, com uma eventual redução da inflação.
O Credit Suisse pondera ainda que um aumento gradual nos preços de cervejas no Brasil deve continuar impulsionando os resultados da Ambev no ano, com consumidores aceitando bem os ajustes, mantendo crescimento saudável nos volumes e abatendo efeitos de pressão nos custos. O aumento do consumo de cerveja no país, no final do ano, com a Copa do Mundo, deve favorecer ainda mais o desempenho da empresa.
“Embora concordemos que é importante recuperar margens, também reconhecemos que a Ambev está passando por uma profunda transformação digital e cultural. Portanto, o ‘novo’ patamar de margens sustentáveis deve ser estruturalmente diferente do que era no passado”, concluem as analistas.