O Credit Suisse (NYSE:CS) cai 6,1% no pré-mercado da bolsa de valores de Nova Iorque, a NYSE. O banco vem sofrendo com a desconfiança dos investidores por causa de um risco sistêmico após as Credit Default Swaps (CDS) alcançarem o mesmo patamar da crise de 2009. Os CDS, vale lembrar, são ativos que oferecem proteção contra a inadimplência de uma empresa.
Por conta desse cenário, comentários comparando o Credit Suisse ao Lehman Brothers – banco que faliu em 2009 e é o símbolo da crise do subprime – inundaram as redes sociais.
A crise já é refletida nas ações do Credit Suisse há meses, dada a queda de 22% somente nos últimos 30 dias, e de 60% no acumulado de 2022. Em janelas maiores, de mais de quatro anos, o banco os papéis do banco chegam a cair mais de 80%.
Ao fim de setembro, Ulrich Körner, o CEO do banco, enviou um memorando para toda a empresa na sexta para tentar tranquilizar os funcionários sobre a posição de capital e a liquidez do banco.
O CEO da empresa citou um ‘momento crítico’ do banco em suas últimas declarações.
“Um ponto de preocupação para muitas partes interessadas, incluindo especulações da mídia, continua sendo nossa capitalização e solidez financeira”, disse.
“Nossa posição quanto a isso é clara. O Credit Suisse tem uma forte posição de capital e liquidez e balanço patrimonial. A evolução do preço das ações não muda esse fato”, acrescentou.
Segundo o presidente da Sri-Kumar Global Strategies, Komal Sri-Kumar, apesar da crise, não deve ocorrer uma contaminação do sistema financeiro e nem uma crise análoga à de 2009. Apesar disso, não considera a situação irrisória.
“Não acho que será um ‘evento Lehman’, mas algo vai acontecer. Acho que o Federal Reserve terá que enfrentar as consequências de um evento de crédito, caso ele ocorra. Não acho que seja o fim do mundo, mas pode ser assustador no próximo trimestre”, disse à CNBC.
O especialista ressalta a política monetária do Federal Reserve como categórica para a chegada ao momento atual. “Eles estão tentando compensar isso fazendo tudo com pressa”, disse.
“Isso traz um risco enorme para o sistema global dados os modos que os vários bancos centrais estão fazendo”, disse ele.
Credit Suisse pode liquidar ativos
Segundo analistas da KBW, o Credit Suisse pode precisar captar um montante de cerca de US$ 4 bilhões em capital, mesmo após a venda de ativos para financiar sua reestruturação.
Atualmente o banco mira vender diversos produtos securitizados e avalia a venda de Wealth e Asset Management na América Latina, com exceção do Brasil, de acordo com a Bloomberg.
Entre os planos estaria retomar a marca First Boston – que dá notoriedade ao Credit Suisse First Boston (CSFB), divisão de Investment Banking que durou até 2006.