Credit Suisse (C1SU34) pagará 238 milhões de euros para acabar com judicialização de fraude
O Credit Suisse Group (C1SU34) chegou a um acordo de 238 milhões de euros com promotores franceses por conta de um caso envolvendo fraude fiscal. O banco informou a decisão nesta segunda-feira (24).
O Credit Suisse pagará uma multa de 123 milhões de euros por serviços bancários privados transnacionais históricos, incluindo uma devolução de lucros – um recurso para lucros obtidos por conduta ilícita – de 65,6 milhões de euros, e o pagamento de mais 57,4 milhões de euros.
Além disso, também pagará 115 milhões de euros ao Estado francês em danos.
O acordo com o promotor financeiro nacional da França, o Parquet National Financier, não inclui um reconhecimento de responsabilidade criminal, disse o banco.
As autoridades francesas confirmaram o acordo. As investigações preliminares sobre fraude fiscal e lavagem de dinheiro iniciaram em 2016.
“O banco está satisfeito em resolver este assunto, que marca mais um passo importante na resolução proativa de litígios e questões herdadas”, disse o Credit Suisse em comunicado.
O credor em dificuldades, cujas ações caíram quase 50% em 2022 até o momento, vem tentando reparar seu balanço e reputação como parte de um esforço de reestruturação, cuja atualização importante deve ser divulgada no resultado do terceiro trimestre nesta quinta-feira (27).
Credit Suisse considera aumento de capital
O Credit Suisse contratou o Morgan Stanley e o Royal Bank of Canada (RBC) para um potencial aumento de capital.
O aumento de capital pode ocorrer após o anúncio formal de reestruturação do Credit Suisse em 27 de outubro, segundo a Bloomberg. A operação foi intitulada “Projeto Gana”.
O Credit Suisse alinhou diferentes bancos para a possível venda de ações, disseram fontes anônimas alinhadas com o tema. O aumento ocorre com a possibilidade de o banco precisar fortalecer seu patrimônio e levantar fundos para sua reestruturação.
Nos últimos dias, o Credit Suisse tem sido alvo de rumores de que estaria enfrentando dificuldades e poderia quebrar.
A crise do Credit Suisse é estimulada por um receio do mercado com o crédito e a capacidade de o banco honrar compromissos, que é o que irá determinar se tornará insolvente ou não, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
Mas a questão principal é a credibilidade, diz Alves, que pode retirar o crédito e a capacidade de pagamento.
“O momento atual do Credit Suisse é de arrumar a casa”, diz Lucas Sharau, assessor de investimentos da iHUB Investimentos.
Com Estadão Conteúdo