O presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), Gilson Finkelsztain, afirmou, nesta terça-feira (17), que a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode ser prejudicial ao mercado de capitais.
A declaração do presidente da B3 ocorreu um dia após o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, afirmar que o Ministério da Economia estuda um novo imposto semelhante à antiga CPMF. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que um tributo nestes moldes pode retornar.
“É um imposto em cascata, acaba sendo um imposto que onera investidor. Nos preocupamos que essa agenda prejudique o desenvolvimento de mercado”, afirmou Finkelsztain.
O debate sobre a volta do imposto retornou mesmo após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar, em setembro deste ano, que a recriação do tributo está descartada.
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O ministro afirmou ainda que: “a última pessoa que disse isso [sobre a recriação da CPMF] foi demitida”. A declaração foi uma referência ao ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.
Jair Bolsonaro não descarta volta da CPMF
Na última segunda-feira (16), quando questionado sobre a possibilidade da volta da CPMF, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “todas as alternativas estão na mesa”.
O mandatário afirmou que governo só aceitaria estabelecer um novo imposto se outro tributo for extinto. “Nós não queremos criar nenhum novo tributo. A não ser que seja para extinguir outros e, assim mesmo, colocado junto à sociedade, para ver qual a reação da sociedade, a gente vai levar adiante essa proposta ou não.”
Além de comentar sobre uma nova CPMF, Bolsonaro disse que “nada vai ser feito” se o governo tentar tirar do papel uma reforma tributária “ampla, geral e irrestrita”, que mexa em impostos federais, dos estados e dos municípios. O presidente salientou que tem usado o termo “simplificação de impostos”, em vez de reforma tributária em conversas com Guedes.