A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras aprovou a quebra do sigilo bancário dos atores Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tas, após realizarem publicidade para a Atlas Quantum – empresa que usava bitcoins em operações financeiras e lesou em R$ 2 bilhões os clientes. A CPI também solicitou a quebra de sigilo dos donos da 123 milhas.
Segundo a agência de notícias da Câmara, a comissão tentou ouvir o depoimento dos artistas, mas, amparados por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nenhum deles compareceu à CPI.
A medida sobre a CPI foi protocolada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). Segundo o deputado, a ação é necessária para identificar se os atores receberam alguma quantia após o fim da atividade da Atlas Quantum, em agosto de 2019.
“É necessário, ainda, identificar se os investigados receberam seus pagamentos em forma de participação na sociedade ou nos lucros da mesma”, afirmou Bilynskyj.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) foi o único parlamentar a criticar a quebra do sigilo, que considerou “prematura”.
123 Milhas: donos são convocados
Os parlamentares da CPI também convocaram, na condição de testemunhas, os empresários Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, donos da 123 Milhas, além de solicitar a quebra do sigilo bancário da empresa e dos dois sócios.
A decisão ocorre após a agência de viagens 123Milhas anunciar a suspensão dos seus pacotes e a emissão de passagens da sua linha promocional, afetando todas as viagens já contratadas da linha “Promo” com datas flexíveis.
As viagens da 123Milhas que foram canceladas contemplam as que tinham embarques previstos de setembro a dezembro de 2023.
CPI das Pirâmides Financeiras
A comissão foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos. Prazo que pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.
A CPI investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.
Com Agência Câmara de Notícias