Cotação do minério de ferro na China sobe após desastre da Vale

A cotação do minério de ferro na China aumentou sensivelmente depois do desastre com a barragem da Vale.

Nesta segunda-feira (28) os futuros do minério de ferro chegaram para a máxima em 16 meses. O aumento da cotação chegou após a Agência Nacional de Mineração ordenar que a Vale suspenda as operações de sua mina Córrego do Feijão. A decisão foi tomada após o desastre da barragem de Brumadinho (MG). A Vale é a maior produtora de minério de ferro do mundo, e essa decisão da ANM afetará a cotação da commodity. 

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Efeitos do fechamento da mina da Vale

O fechamento da mina Córrego do Feijão resultará em uma redução de 1,5% na produção da Vale. Algo considerado de baixo impacto sobre a oferta mundial da commodity, segundo os analistas.

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Na bolsa de Dalian, na China, o contrato do minério de ferro mais negociado chegou a subir 6%, para 567,5 iuanes (84,23 dólares) por tonelada. Este é o maior nível desde setembro de 2017. Entretanto, até o final do dia, a cotação baixou e fechou com alta de 2,8%, a 550,5 iuanes. O contrato mais ativo do vergalhão de aço na bolsa de Xangai fechou em queda de 0,8%, a 3.681 iuanes por tonelada. Em Cingapura, a cotação do minério de ferro com vencimento em janeiro subiu 1,3%, chegando a US$ 75,70 a tonelada, considerado o melhor fechamento desde março. Por sua vez, os contratos mais adiantados tiveram alta de mais de 5%.

A China é o maior consumidor global de minério de ferro. O gigante asiático compra em particular minério de ferro de alto teor. Exatamente o tipo de mineral produzido em Brumadinho.

Outros desastres

Além do desastre da Vale em Brumadinho, outros acidentes que atingiram a cadeia de fornecimento global levaram a cotação do minério de ferro a subir. Entre eles, um incêndio em uma instalação portuária pelo Rio Tinto Group no início deste mês. Além disso, em novembro houve um descarrilamento de trem que atingiu as operações da BHP Group.

O desastre de Brumadinho

A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na última sexta-feira (25). A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 60 pessoas morreram e 292 estão desaparecidas. Por outro lado, foram resgatadas 192 pessoas. No total, estão trabalhando no local 226 bombeiros em buscas noturnas.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.

A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.

Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.

A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.

 

Carlo Cauti

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