Dólar sobe a R$ 5,21, após anúncio dos dados de auxílio-desemprego nos EUA
O dólar operava em baixa nesta quinta-feira (18) frente ao real e alguns pares emergentes e ligados a commodities nesta manhã, após viés de alta pontual na abertura.
Mas o preço do dólar reduziu sua queda e reverteu para alta logo em seguida. Por volta das 11h, a moeda norte-americana subia a R$ 5,212, com uma variação positiva de 0,49%.
A movimentação do dólar mais positiva veio com a reação aos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos abaixo do esperado, mostrando que o mercado de trabalho se mantém firme no país apesar do aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), afirmou o analista de câmbio Elson Gusmão, da corretora Ourominas.
Antes disso, a moeda dos EUA testou mínima a R$ 5,1288 (-0,75%) no mercado à vista, com uma realização de lucros após três dias em alta, analisou.
Os ajustes no valor do dólar refletiam uma realização após três altas seguidas frente o real em meio a um apetite leve por ativos de risco no exterior nesta manhã.
O petróleo e minério de ferro em alta hoje também favoreciam a desvalorização da cotação do dólar. O índice DXY do dólar ante seis moedas principais oscilava perto da estabilidade e há pouco tinha viés de alta de 0,07%, a 106,64 pontos.
Os ajustes no dólar hoje eram moderados em meio a expectativas por palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto em evento do BTG Pactual (10h30), além de discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Esther George (14h20) e Minneapolis, Neel Kashkari (14h45).
Segundo Gusmão, a ata do Fed ontem não deixou claro qual será o ritmo dos próximos aumentos de juros, condicionando o tamanho do aperto a avaliações de indicadores de inflação e atividade americanos, mas a valorização de commodities hoje favorece um dólar mais fraco ante de moedas de países emergentes exportadores de matérias-primas, afirma.
Na quarta-feira, os investidores do dólar estavam atentos a ata do Fed, que sinalizou que o BC americano considera que em algum momento o ritmo das altas de juros será reduzido, para que se possa reavaliar o quadro na atividade e na inflação.
Após a publicação do documento, a possibilidade de uma elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Fed aumentou ontem à tarde, segundo monitoramento do CME Group, para 59,5%, de 52,5% pouco antes da ata. Já a possibilidade de uma alta de 75 pontos-base em 21 de setembro está em 40,5%, de 47,5% anteriormente.
Na avaliação da Capital Economics, o Fed não se compromete com o nível da próxima alta, mas a ata trouxe algumas sinalizações que podem ser interpretadas como dovish. O Goldman Sachs analisou que a ata indica que os dirigentes do Fed acreditam que “em algum momento” será apropriado diminuir o ritmo de aumento dos juros.
“Isso é consistente com nossa previsão de que o Fed diminuirá o ritmo, subindo em 50 pontos-base em setembro e 25 pontos-base em novembro e dezembro para atingir um taxa terminal de 3,25-3,5%”, diz o banco, em relatório enviado a clientes.
Em contrapartida, o Citi disse acreditar que, apesar de a ata do Federal Reserve (Fed) ter sido “bastante neutra”, mais desenvolvimentos hawkish estão reservados. “Nosso cenário base permanece para um aumento de 75 pontos-base em setembro, com taxas de juros atingindo 4% no final de 2022 e permanecendo acima de 4% ao longo de 2023”, prevê o banco, em relatório enviado a clientes.
Além do dólar, os investidores observam que o Banco Central iniciou a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional programados para 3 de outubro. O montante total do vencimento soma US$ 15,6 bilhões (311.260 contratos). No leilão de hoje serão ofertados até 15.000 contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 750 milhões (11h30).
Última cotação do dólar
O dólar encerrou a sessão de quarta-feira (17) em queda de 0,26%, registrando R$ 5,186 na venda.
(Com informações de Estadão Conteúdo)