A Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres) solicitou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para ser integrada na avaliação da venda da Gaspetro, pela Petrobras (PETR4), para a Compass Gás e Energia, do Grupo Cosan (CSAN3), segundo o Estadão.
O Ato de Concentração do Cade irá avaliar o impacto da aquisição sobre a concorrência e nos preços pagos pela indústria. Para a Abrace, que representa grandes consumidores de energia e gás, a operação dará enorme poder de mercado à Cosan, que já é dona da Comgás.
Com a aquisição da Gaspetro, a companhia passará a deter participação em outras 19 distribuidoras de gás canalizado. Ou seja, quase 40% do gás consumido no País no setor industrial vão para as associadas do Grupo.
Não só a Abrace se vê como parte interessada na operação, informa o Estadão. Outras entidades como a Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás) e a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) também solicitaram junto a Cade um pedido para figurar no processo de avaliação.
Ambas alegam preocupações semelhantes às da Abrace com a operação de compra da Cosan: a concentração no mercado de gás natural, mas desta vez sendo mantida nas mãos de uma empresa privada.
As três associações que entraram com o pedido no Cade também defendem que a compra da Gaspetro pela Cosan contraria os preceitos do Novo Mercado de Gás, que prevê a dissolução dos monopólios no setor.
Procurada pelo Estadão, a Cosan não se manifestou.
Última cotação da Cosan
Às 11h55, a cotação da Cosan no Ibovespa apresentava queda de 2,49%, com as ações CSAN3 sendo negociadas a R$ 23,06.
Nos últimos 12 meses, os papéis da Cosan na bolsa de valores acumulam alta de 27,09%, com a cotação máxima em R$ 27,39 e a mínima em R$ 15,93.
Com informações de O Estado de S. Paulo.