Selic: a cada 1% de queda, são mais 1.700 pontos no Ibovespa em média, diz XP
Nesta quarta-feira (20) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a Taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 10,75% – movimento que ficou dentro das expectativas do mercado.
Segundo analistas da XP, a expectativa é de que esse corte da Selic siga a lógica de beneficiar os ativos de risco.
“Afinal, significa que o custo de capital para as empresas fica mais barato, ou seja, que a empresa tende a pagar menos para financiar suas atividades. Ao mesmo tempo, ciclos de corte juros também reduzem a taxa de desconto utilizada pelos analistas do mercado para avaliar uma empresa, aumentando seu valor justo (que é de onde vem o preço-alvo de uma ação)”, diz a casa.
Os especialistas levantaram dados de ciclos de cortes de juros anteriores e apontam que, na média, a cada 1% de queda na Taxa Selic o Ibovespa se valoriza 1.700 pontos. Em relatório, eles destacam que nos 6 ciclos de corte da taxa Selic durante o período analisado, o Ibovespa teve valorização em todos eles, uma média de 38%.
“É claro que a taxa Selic não é a única — ou a mais importante — determinante dos rumos para o índice Ibovespa. Recentemente, o macro global tem ganhado bastante relevância, afetando ações brasileiras principalmente pela saída do capital estrangeiro no ano de 2024″, diz a XP.
A XP ainda cita três pontos para seguir otimista com a bolsa:
- O retorno dos fluxos de capital
- O valuation do Ibovespa continua muito descontado comparando com a média histórica e seus pares globais
- O ciclo de corte de juros ainda tem espaço para continuar
Veja tudo sobre o corte da Selic
O corte é a sexta redução consecutiva da Selic. A decisão foi unânime. A nova queda dos juros era aguardada pelo mercado, que estava de olho no comunicado do Copom e na projeção dos novos cortes – mas o texto que acompanha a decisão sinalizou somente mais um corte, na próxima reunião.
No comunicado sobre o corte da taxa Selic, o Copom cita “elevação da incerteza e necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária”,
O BC prevê apenas mais uma queda de 0,5 pp – não outras quedas, justamente o trecho mais aguardado pelo mercado no comunicado do BC. Ainda há uma preocupação com a inflação entre os membros do comitê de política monetária.
O Copom diz que o cenário base não se alterou substancialmente: “O ambiente externo segue volátil, marcado pelos debates sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e a velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”, diz o texto que acompanha a decisão do BC sobre a Selic.
“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom”, afirma o documento.
“A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto as medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, acrescenta o comunicado sobre a decisão da Selic.