Corsan pede registro de oferta pública de ações (IPO) à CVM e pretende levantar R$ 1 bi
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) entregou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de registro para oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), informa fato relevante divulgado na noite de quinta-feira (09).
De acordo com o documento, a Corsan pretende realizar uma oferta de distribuição primária (quando a arrecadação vai para o caixa da empresa) e secundária (quando os acionistas vendem uma parcela de suas participações), nos termos da Instrução 400 da CVM, que dispõem sobre ofertas públicas.
O pedido da Corsan também solicita a listagem e negociação das ações no segmento Novo Mercado da B3 (B3SA3), destinado “a empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira”, indica o site da Bolsa.
A companhia de saneamento do Rio Grande do Sul também pediu a troca de classe das suas ações, da categoria B (com dividendos fixos) para a categoria A (de dividendos mínimos).
A Corsan afirmou que a realização do IPO está condicionada a essas aprovações pela CVM e sujeita à análise e aprovação do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. A expectativa da companhia é concretizar a oferta de ações em fevereiro de 2022.
Eduardo Leite quer capitalização da Corsan
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou em março o interesse em privatizar a Corsan, como “uma forma de alavancar investimentos para o saneamento”.
Para que o governo estadual possa concretizar esses planos, dois passos principais precisam ser dados. O primeiro é a aprovação da retirada da exigência de plebiscito para a venda da Corsan, que já foi dado. Agora, os parlamentares precisam aprovar um projeto de lei (PL) que regulamente a privatização.
O governador gaúcho afirmou que, entre os impactos de desestatização da empresa, estão a previsão de R$ 10 bilhões de investimentos na universalização dos serviços de água e esgoto, a geração de empregos e o destravamento do potencial construtivo de regiões com limites de expansão, como no litoral Norte do Estado.
A Corsan pretende levantar pelo R$ 1 bilhão com a oferta primária, direto para o caixa da companhia. Já a oferta secundária servirá de saída para o Estado do Rio Grande do Sul, que deverá reter uma posição de cerca de 30%.