Corretora brasileira de bitcoin é acusada de fraude por clientes
Uma das maiores corretoras de bitcoin do mundo, a brasileira NegocieCoin, está sendo acusada de fraude por parte de seus clientes. A empresa está sendo alvo de centenas de processos judiciais desde junho em sete estados brasileiros.
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Os clientes da NegocieCoin estariam buscando obter de volta seus investimentos em bitcoins. Entretanto, mesmo com mandato judiciais, as contas da corretora não teriam dinheiro para ressarcir os clientes.
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Até abril passado a NegocieCoins era considerada a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo. Além disso, segundo os números divulgados pelo portal CoinMarketCap, era a primeira em volume de operações entre todas as corretoras.
A corretora brasileira chegou a ter negociado mais de 300 mil bitcoins em apenas 24 horas. Um montante superior a US$ 2 bilhões.
Entretanto, mesmo com essa massa de recursos movimentados, as empresas do grupo Bitcoin Banco, do qual a NegocieCoins é parte, não tinham fundos disponíveis em suas contas bancárias para ressarcir os clientes.
Alvo de centenas de ações judiciárias
O grupo é alvo de cerca de 200 ações, cujo valores totais variam de R$ 10 mil a R$ 12 milhões. Os clientes cobram a devolução do dinheiro depositado para investimentos em bitcoin.
No estado de São Paulo, a Justiça contabiliza 27 processos contra a NegocieCoins. No total, a cobrança seria de R$ 3,5 milhões.
Somente uma ação, inciada no Paraná pela empresa Work Consultoria, determinou o pagamento de R$ 12,120 milhões. A NegocieCoins não teria pago uma confissão de dívida que venceu e não foi cumprida. O montante original era de R$ 39,2 milhões, mas diminuiu após acordo para pagamento imediato. Acordo que não foi cumprido pelo grupo Bitcoin Banco.
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Outros milhares de clientes do grupo também relataram histórias parecidas. As vítimas da fraude se mobilizaram em grupos de WhatsApp e no Telegram, e realizarão na próxima segunda-feira (12) um protesto em frente a sede da empresa, em Curitiba.
Grupo de transações em bitcoin
O grupo teria cerca de 20 mil clientes e controlaria dez empresas. Entre elas:
- a Bitcoin Banco,
- a Tem Btc Serviços Digitais
- a Negociecoins Intermediação e Serviços Online.
Essas empresas atuariam na intermediação da compra e venda das criptomoedas. Elas realizariam operações próprias de instituições financeiras, como bancos e corretoras de valores imobiliários. Entretanto, escapariam do controle do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pois não seriam de fato um banco.
Mesmo com os processos judiciais e os bloqueios em andamento, as empresas do grupo Bitcoin Banco continuam a operar a venda de bitcoins. O grupo divulgou um comunicado aos clientes dizendo ter sofrido uma tentativa de fraude, e por isso não poderia ressarcir todos os clientes.