A empresa americana de logística UPS está interessada em adquirir a estatal Correios, segundo fonte da alta cúpula do Ministro da Economia ouvida pelo SUNO Notícias. A informação foi obtida nesta quarta-feira (22) durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíca. O SUNO Notícias está cobrindo o evento diretamente do local.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, se encontrou com o presidente da UPS Internacional, Nando Cesarone, também nesta quarta-feira. As informações são da agenda oficial do ministro. Guedes lidera a equipe econômica do Brasil no Fórum Econômico Mundial.
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Os Correios não estavam entre os ativos que a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro divulgou que pretende privatizar, conforme informações do plano de desestatização divulgadas no último mês. A empresa havia sido incluída em outubro, por outro lado, no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).
Sobre o prazo para uma possível venda acontecer, a fonte disse que “Com certeza, [os Correios] serão privatizados no ano que vem”.
Além da UPS, houve também interesse de outras gigantes globais do setor, segundo a fonte, que pediu para não ser identificada. “Tivemos manifestação de interesse da Amazon. Da Alibaba, não. O que mais cresce no Brasil é o e-commerce, mas falta delivery. E isso a UPS quer fornecer”, disse a fonte de alto escalão do governo.
Outro detalhe sobre o possível plano de privatização dos Correios é que a equipe econômica do Governo Federal estuda se vende a empresa de uma vez só ou se divide o negócio em fatias. “Estavam fazendo um projeto conjunto com a Azul, mas a Latam foi contra, pois queria um leilão, e o negócio não andou”, disse a fonte.
Plano de privatizações e desestatização do governo Bolsonaro
O governo federal estima arrecadar R$ 150 bilhões em 2020 com vendas de empresas públicas e participações em estatais. A projeção foi divulgada no último mês pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar.
Segundo o secretário, os Correios, no entanto, não estavam na lista de empresas a serem vendidas. “Os Correios estão no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) para estudos e não para serem privatizados. Se fosse [para privatização], os Correios estariam incluídos no PND (Plano Nacional de Desestatização”, disse Mattar em entrevista ao site “Uol”.
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O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, se declarou favorável à venda da estatal. “Se pudesse privatizar, privatizaria hoje”, disse a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada no início de janeiro. Bolsonaro acredita que este seria um processo é difícil, e que não poderia prejudicar os servidores.
Pesquisa do site “Jota” divulgada também nesta quarta-feira indica que a maior parte (51,8%) dos deputados federais é contra a privatização dos Correios. Outros 45% se disseram favoráveis a esse plano e 3,2% indicou que não é “nem contra, nem a favor”, segundo o levantamento do site.