Grande parte dos sindicatos associados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) decretou, nessa terça-feira (22), o fim da greve dos Correios que já acontecia há 35 dias, ou seja, desde 17 de agosto. A decisão acontece um dia depois do Tribunal Superior do Trabalho de determinar o fim da paralisação.
Vale destacar que ainda ontem, apesar da decisão do TST, a Fentect orientou que os sindicatos continuassem a paralisação dos Correios.
Além disso, a Fentect salientou que “acredita que a greve foi vitoriosa no sentido da construção da unidade da classe trabalhadora. Esse movimento, que aconteceu nesses últimos 35 dias, mostrou toda a força na organização dos trabalhadores e resistência aos ataques sistemáticos”.
A Federação ainda apontou que “sabemos que muitas lutas virão pela frente como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia. Por isso, este é um momento de reflexão”.
Já o secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, disse que “vamos acreditar na luta sempre e observar o que tem de remédio jurídico para a gente. Perdemos essa batalha, mas muitas ainda virão. Há muitos desafios pela frente, como não deixar a empresa ser vendida”.
Os Correios ainda afirmaram que a maioria dos seus funcionários que estavam em greve já retornaram aos postos de trabalho.
Amazon e Magazine Luiza estão de olho na privatização dos Correios
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, declarou na última quarta-feira (16) que existem cinco companhias interessadas na privatização dos Correios, citando quatro delas: o Magazine Luiza (MGLU3), a Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e FedEx.
“O importante é que já tem cinco players interessados. O Magalu é um deles, a Amazon, a DHL e FedEx. Já tem pessoas, grupos interessados na aquisição dos Correios, então isso é importante, porque não teremos um processo de privatização vazio”, afirmou Faria, em transmissão ao vivo em suas redes sociais.
O ministro afirmou que o Congresso Nacional deve decidir como ficaria o controle acionário e as obrigações da companhia que vier a adquirir as operações dos Correios com o processo de privatização. “Tem empresas interessadas em ocupar esse espaço, e elas sabem que você recebe o bônus e o ônus também, mas é uma empresa saudável”, salientou Faria.