Uma greve dos Correios que estava prevista para o final deste mês pode ser adiada após o Tribunal Superior do Trabalho ter suspendido uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que aumentava o valor de coparticipação no plano de saúde dos funcionários, ofertado pela Postal Saúde, de 30% para 50%.
Ao final do ano passado, os Correios acionaram o STF para que os termos das novas normas da categoria fossem revistos. O presidente do Supremo Tribunal, Dias Toffoli, aprovou a liminar. Assim, os Correios e a Postal Saúde informaram aos seus funcionários as novas regras, que não foram bem aceitas pelos colaboradores no começo deste ano.
O presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara, afirmou em entrevista ao jornal “Valor Econômico” que a mudança faria a mensalidade ultrapassar o limite de desconto de 10% dos salários.
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“A ECT havia imposto unilateralmente novas regras para o custeio do plano de saúde, afetando a coparticipação, o valor, o teto e a base de cálculo para a cobrança das mensalidades, que elevaram o custo para o trabalhador. Foi dado o prazo até 13 de janeiro para o funcionário deixar o plano se não concordar com a nova regra de custeio”, afirmou Gandara.
Ameaça de greve dos Correios
Os colaboradores dos Correios ameaçaram entrar em greve há cerca de uma semana. Isso porque a categoria não estava feliz com a liminar do presidente do STF, Dias Toffoli, sobre o plano de saúde dos funcionários.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentec) realizou reuniões na quarta-feira (15) e na quinta-feira (16) com os sindicatos para tratar do assunto.
Estava marcado para o dia 29 de janeiro uma assembleia para votação da greve. Tudo indicava que no dia 30 poderia haver uma paralisação.
O funcionários reclamam bastante do valor que pagam em procedimentos médicos e os gastos com internações. No ano passado, a categoria entrou em greve no mês de setembro por conta, principalmente, desse fator.
“Parece que a diretoria quer provocar greve. O pessoal já foi penalizado no julgamento do dissídio quando caiu o plano de saúde para pai e mãe dos empregados. Foi decisão do TST, o pessoal aceitou, mas parece que a diretoria não considerou suficiente e conseguiu a liminar do Toffoli para mudar o compartilhamento”, afirmou Marcos Alves, da Adcap (Associação dos Profissionais dos Correios), ao jornal “Folha de S. Paulo”.