A Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) convocou uma greve para o próximo dia 18, terça-feira. Uma assembleia, com 36 sindicatos, deve acontecer no dia anterior para confirmar a paralisação.
De acordo com os funcionários dos Correios, entre os pontos revindicados estão a retirada de 70 direitos dos 79 do atual Acordo Coletivo, como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio creche.
Além disso, a Fentect afirmou que houve aumento na participação dos planos de saúde, enquanto houve redução da parte da empresa, o que, segundo a federação, se torna incompatível com a média do piso salarial dos funcionários, de R$ 1,7 mil.
“Os trabalhadores ainda lutam contra a privatização alardeada pelo Governo Bolsonaro e a cúpula dos Correios como prioridade. A partir dessa meta, o governo vem promovendo o sucateamento e fechamento das agências, promovendo demissões para facilitar a privatização”, escreveu a Fentect no comunicado.
“A categoria ainda denuncia o descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes. Sindicatos e Federação têm travado uma luta judicial para garantir equipamentos, sabonete, álcool em gel, desinfecção de agências, testagem de trabalhadores e afastamento de grupos de risco, que coabitam com grupos de risco ou que possuem filhos em idade escolar”.
Correios e Eletrobras estão nos planos de privatizações de Guedes para 2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em uma reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que o governo irá trabalhar em quatro privatizações ainda em 2020. Nos planos de Guedes, estão os Correios e a Eletrobras.
Vale lembrar que Guedes está chefiando este conselho. O objetivo do ministro é privatizar os Correios, a Eletrobras, o Porto de Santos e o Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). Além disso, Guedes também espera realizar o IPO (oferta pública de ações) da Caixa Seguridade, que foi suspenso em março por conta do cenário desencadeado no mercado pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
Algumas privatizações, entretanto, não dependem só do ministro da Economia. Elas precisarão passar pelo Congresso Nacional. A desestatização da Eletrobras, por exemplo, é uma que contempla esse tipo de caso. A equipe econômica teme a falta de apoio dos parlamentares no processo de aprovação de venda das estatais.
O ministro da economia visa fazer caixa neste ano por conta da pandemia que afetou diretamente todos os setores da economia no País. A ideia, anteriormente, era deixar estas privatizações para os próximos anos.
Segundo informações do jornal “O Globo”, uma fonte que participou da reunião do PPI disse que o presidente Jair Bolsonaro solicitou que as privatizações dos Correios e Eletrobras sejam feitas com mais agilidade.