O número de cadastros utilizando os benefícios do auxílio emergencial, chamado de “coronavoucher”, já ultrapassou a quantia de trabalhadores com carteira assinada em 25 estados brasileiros. A pesquisa foi divulgada nessa sexta-feira (28) pelo Poder 360.
De acordo com o levantamento, para cada um brasileiro empregado com carteira assinada, tem 1,73 beneficiários do coronavoucher, o que representa um valor de 73% a mais.
Essa desigualdade ocorre principalmente pelo fato de que o Brasil apresenta uma quantidade elevada de trabalhadores informais, o que gerou uma maior dificuldade para distribuir os benefícios aos cidadãos.
“Metade da população ocupada no Brasil sempre esteve na informalidade. São cerca de 40 milhões de pessoas”, afirma Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), “Carteira assinada, no Brasil, pode ser considerado quase um bem de luxo, reservado a cerca de apenas um terço da população adulta”.
O economista aponta a alta oneração do trabalho formal e os valores elevados do salário mínimo em relação à renda média populacional como principais motivos para o número elevado de trabalhadores informais no País.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou na quinta-feira (27), em uma coletiva virtual, que o banco estatal já pagou cerca de R$ 179 bilhões em auxílio emergencial, apelidado de coronavoucher. Nesse sentido, a instituição financeira pagou o benefício para 66,9 milhões de pessoas.
Foram no total 109 milhões de brasileiros se cadastraram para receber o coronavoucher, contudo, apenas 67,2 milhões tiveram o cadastro aprovado. Guimarães salientou que “temos pouco mais de 120 mil pessoas entre primeira e reanálise. Já temos mais de 99,9% das pessoas analisadas”.
O executivo ainda comentou sobre o novo lote de pagamentos que foi liberado, e que contempla 275 mil trabalhadores informais. As pessoas que fazem parte desse lote devem receber a partir dessa sexta-feira (28).
Governo deverá revisar mensalmente lista de beneficiários do Coronavoucher
Após uma votação nessa quarta-feira (26) o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Cidadania deve atualizar a lista de beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600, mensalmente. A decisão do TCU tem como objetivo excluir o cadastro dos brasileiros que não são mais elegíveis para receber o benefício.
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O ministro Bruno Dantas, relator do processo, destacou que o Ministério da Economia precisa fazer a atualização todos os meses “para que quem está inserido no mercado formal deixe de receber” o auxílio.
O processo estima que cerca de R$ 42 bilhões são gastos com pagamentos inadequados do benefício criado para apoiar os trabalhadores informais durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Ao todo, o coronavoucher custa R$ 51 bilhões por mês.