O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, na última terça-feira (19), que poderá prorrogar o coronavoucher (auxílio emergencial) por até dois meses. Entretanto, o valor, que atualmente é de R$ 600, deverá ser cortado para R$ 200.
A ideia inicial do auxílio era que ele durasse somente três meses. Os valores seriam pagos em abril, maio e junho. Entretanto, com o avanço da pandemia de coronavírus no País, o ministro da Economia estuda estender até agosto o coronavoucher, que é concedido, principalmente, para ajudar trabalhadores informais.
Vale destacar que a equipe econômica era contra à prorrogação dessa medida. O novo discurso, porém, mostra que houve uma mudança no posicionamento de quem está à frente do Ministério da Economia.
De acordo com Guedes, o corte no valor do coronavoucher é fundamental. “Se voltar para R$ 200 quem sabe não dá para estender um mês ou dois? R$ 600 não dá”, afirmou o ministro da Economia em reunião com empresários.
“O que a sociedade prefere, um mês de R$ 600 ou três de R$ 200? É esse tipo de conta que estamos fazendo. É possível que aconteça uma extensão. Mas será que temos dinheiro para uma extensão a R$ 600? Acho que não”, disse Guedes.
O ministro alegou que o auxílio não poderia ser acima de R$ 200 porque é o valor pago a beneficiários do Bolsa Família. Sendo assim, na visão de Guedes, não é justo pagar mais para trabalhadores informais. “Se o Bolsa Família é R$ 200, não posso pagar mais que isso a um chofer de táxi no Sudeste”, afirmou o ministro da Economia.
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“Se falarmos que vai ter mais três meses, mais três meses, mais três meses [de coronavoucher], aí ninguém trabalha. Ninguém sai de casa e o isolamento vai ser de oito anos porque a vida está boa, está tudo tranquilo. E aí vamos morrer de fome do outro lado. É o meu pavor, a prateleira vazia”, acrescentou Guedes, sobre seu temor em relação a economia.